Trabalhadores e indígenas pressionam Congresso e Planalto por terras


O representante da FNL, José Rainha, criticou o projeto de lei que não permite a desapropriação em caso de terras improdutivas e exigiu que seja regulamentada a lei que destina à reforma agrária as terras que forem flagradas com trabalho análogo ao escravo.
Sem terra em marcha
Cerca de 1,1 mil trabalhadores sem terra iniciaram a Jornada de Luta no último dia 8, em Planaltina (região administrativa do DF), e finalizaram a ação dia 15, em frente ao Congresso Nacional. Os trabalhadores marcharam mais de 60 quilômetros e mostraram à sociedade e ao governo a urgência do atendimento da pauta de reivindicações.
“Construímos uma grande aliança entre trabalhadores do campo e da cidade e os indígenas, com o apoio da CUT. A nossa ação gerou um resultado político que deveria servir de exemplo para todo o Brasil”, avalia José Rainha.
Segundo o líder da FNL, o Ministério das Cidades se comprometeu, em reunião nessa quarta-feira (15), a liberar 10 mil habitações rurais para os sem terra, 4 mil delas destinadas aos povos indígenas, até 2018. Também foi firmado o compromisso de criar 50 mil habitações urbanas nos próximos quatro anos. Especificamente para Brasília e entorno serão construídas 10 mil habitações urbanas, 3 mil delas iniciadas ainda neste ano, completando o montante em 2018.
Na mira dos índigenas

Nessa quarta-feira (15), as lideranças indígenas foram recebidas pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto. Eles entregaram ao representante do governo federal documento que exige o cumprimento da pauta da Carta aos Povos Indígenas, divulgada em 2014, e pede a assinatura da presidente Dilma nos decretos de homologação de mais de 20 áreas indígenas que não apresentam nenhum impedimento judicial e/ou administrativo. Eles ainda colocaram sua preocupação quanto à PEC 215 e reforçaram a necessidade de arquivamento da proposta.
Rosseto reafirmou que a posição da presidência é contrária à PEC 215 e que estão fazendo todo o esforço no sentido de evitar a aprovação dessa Emenda Constitucional. Ele também prometeu encaminhar as outras pautas à Dilma Rousseff.
Nesta q

De acordo com o cacique Nailton Muniz Pataxo, liderança do sul da Bahia, os índios devem ocupar o Congresso de forma pacífica e democrática a partir de outubro para protestar contra a PEC. “Vamos nos preparar para o enfrentamento, não vamos recuar. Exigimos a nossa presença, e queríamos uma comissão de índios e deputados para debater a proposta, mas, se não for possível, vamos voltar com 5 ou 6 mil índios a partir de outubro”, disse.
Mais vozes contra o PL 4.330

Os sindicalistas também apresentaram aos índios e sem terra o repúdio ao projeto de lei 4.330, que permite a subcontratação ilimitada da mão de obra e os consequentes salários reduzidos, jornada de trabalho estendida e a fragmentação da organização sindical. A pauta foi abraçada pelos manifestantes, que mostraram indignação quanto ao PL.