Terceirizados no GDF entram em greve por cumprimento de acordo
Os empregados das empresas Planalto Service, Juiz de Fora, G & E Serviços, Real JG Serviços e Servegel Apoio decretaram greve e só retornarão ao trabalho quando receberem salários e benefícios de acordo com o que foi acertado na Convenção Coletiva de Trabalho no início do ano. São cerca de 3 mil trabalhadores terceirizados que executam trabalhos de limpeza, conservação e merenda nas escolas públicas do Distrito Federal (DF) e serviços gerais em vários outros órgãos do Governo do DF. A decisão de parara as atividades imediatamente foi aprovada em assembleia na manhã desta terça-feira (17/06), na Praça do Buriti.
Os trabalhadores estão há cinco meses sem receber o reajuste de 9% estabelecido para os salários de até R$ 1.500,00 e de 7% para as remunerações acima desse valor. Os encarregados e fiscais também não recebem o piso específico de dois salários base do auxiliar de serviços gerais. As empresas não estão pagando ainda o aumento no tíquete alimentação de R$ 20,00 para R$ 24,00.
A assembléia, organizada pelo Sindiserviços-DF, sindicato que representa os trabalhadores terceirizados, contou com relatos de diversas trabalhadores que fizeram questão de denunciar as hostilidades e constrangimentos que sofrem diariamente nos seus locais de trabalho por patrões ou até por servidores preconceituosos.
A presidente do Sindiserviços-DF, Maria Isabel Caetano dos Reis, reclamou muito sobre o que considerou ser submissão do GDF às empresas. Como disse, “o governo fala que pagou, as empresas afirmam que não receberam, e o trabalhador é quem se lasca”. Para ela, “isso é uma canalhice e uma irresponsabilidade, tanto dos patrões como do próprio GDF, que parece ser conivente”.
“De acordo com a lista de presença, quase 1.500 pessoas participaram da assembleia que deflagrou a paralisação imediata. Até agora, os patrões não mostraram disposição para negociar. Enviamos um ofício para os empresários e para o Governo e nenhuma das duas partes emitiu resposta. Quero parabenizar todos os trabalhadores e trabalhadoras que ouviram o apelo do Sindicato para estarem na Praça do Buriti. É com esta união que a gente vai garantir a vitória da nossa luta. Além disso, preciso agradecer ao movimento sindical que está presente com a CUT , a Contracs e a Fetracom e todos os sindicatos que vieram nos apoiar”, afirmou o diretor de Comunicação do Sindiserviços, Antônio de Pádua.
Manifestação de apoio
Julimar Roberto, diretor da CUT Brasília, destacou a importante da participação das centenas de trabalhadores naassembleia, adiantando que a Central estará diuturnamente ao lado da direção do Sindiserviços cobrando dos patrões e do GDF respeito e o imediato pagamento dos direitos dos trabalhadores.
Alci Matos Araujo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comercio e Serviços (Contracs-CUT), ressaltou que, assim como acontece em Brasília, em outras regiões do país os trabalhadores da área de asseio também estão sofrendo muito com assédio moral e com constantes desrespeitos aos seus direitos fundamentais. Isso faz parte do avanço dos setores conservadores que querem retirar direitos e conquistas da classe trabalhadora e aumentar seus lucros por meio da precarização do trabalho.