Suspensão da votação da militarização do CEF 427 de Samambaia

A Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc) recomendou a suspensão da votação para implantação do modelo cívico-militar no CEF 427 de Samambaia. Um ofício foi enviado para a Secretaria de Educação e para a direção da escola nesta quarta-feira, 22.

A Proeduc destaca que a Secretaria de Educação ainda não respondeu à requisição apresentada pelo órgão sobre o quórum para a abertura dos trabalhos e a votação nas audiências públicas sobre o tema. A recomendação é para que, enquanto as respostas não forem fornecidas, a votação permaneça suspensa.

“Os recursos humanos que o GDF dedica à militarização de escolas deveriam ser distribuídos para garantir a segurança em todas as escolas”, afirma o diretor do sindicato Cláudio Antunes. “Cada escola militarizada recebe 20 policiais. Com o número de policiais presentes numa única escola, dez escolas poderiam ser atendidas com uma dupla de batalhão escolar, política desmontada pelo próprio GDF em 2007, durante a gestão Arruda” , completa Cláudio.

A militarização existe apenas para iludir a população de que a escola está protegida, quando, na realidade, pouco se faz nessa real direção. Além de experiências anteriores mostrarem que a gestão compartilhada não acaba com problemas de segurança, dados da Proeduc escancaram que mesmo com a presença de policiais e bombeiros militares, a média de atos infracionais registrados em unidades escolares com este tipo de gestão dobrou. Em maio, o Ministério Público do Distrito Federal revogou a legalidade do processo de militarização de escolas públicas do DF.

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A audiência no CEF 427 de Samambaia já havia sido cancelada antes. Originalmente agendada para 4 de junho, foi remarcada para 25 do mesmo mês. Agora, mais uma vez, o encontro deve ser suspenso.