SP: professores confirmam greve a partir de março

Fechamento de salas de aula, piora na qualidade da rede pública de ensino, demissão de professores, superlotação de salas de aula são algumas das queixas dos(as) professores(as) do Estado de São Paulo. Por causa dessas e outras questões, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), com apoio da União Estadual dos Estudantes (UEE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), deliberou pela greve, durante ato realizado na tarde dessa quinta-feira (29) na Praça da República, em frente à Secretaria Estadual de Educação.
A concentração, que segundo o sindicato reuniu 5 mil professores, que vieram de todas as partes do estado, referendou decisões do Conselho Estadual de Representantes (CER) de encaminhar a greve geral da categoria por salário, emprego e condições de trabalho.
De acordo com o diretor de Comunicação da entidade, Roberto Guido, a pauta inclui aumento salarial de 75,33% para equiparação com as demais categorias com formação de nível superior – conforme prevê a meta 17 do Plano Nacional de Educação –, de modo que se atinja o piso do Dieese para os professores PEB I, com jornada de 20 horas semanais de trabalho; aplicação da jornada do piso, a reabertura das classes e períodos fechados e desmembramento das classes superlotadas. (O Dieese calcula em R$ 2.975 a remuneração necessária para atender o que a Constituição determina como essencial à sobrevivência de uma família de quatro pessoas.)
A Apeoesp exige também a contratação dos professores temporários, com garantia de direitos, sem a chamada quarentena nem duzentena; a presença de pelo menos um professor coordenador pedagógico por escola e alteração dos módulos, e a gestão democrática para escolha do professor coordenador pedagógico. Outros pontos são o fim da lei das faltas médicas e das perseguições nas perícias médicas; a contratação de todos os concursados, aumento dos valores de vale-alimentação e vale-transporte, o fim da violência nas escolas.
O governo de Geraldo Alckmin (PSDB) tem fechado sistematicamente classes em todo o estado, enquanto as turmas remanescentes são superlotadas, com 40, 50 ou mais alunos. De acordo com o sindicato, há casos em que existe demanda conhecida, mas algumas escolas recusam-se, inclusive, a registrar o interesse pelas matrículas. Em outros, escolas fecham classes e direcionam os alunos interessados para escolas distantes, o que deve provocar evasão.
“Além de piorar a qualidade do ensino oferecido na rede pública, o fechamento de salas tem levado ao desemprego de professores. E os efetivos acabam adidos da secretaria, quando poderiam estar lecionando e desafogando as salas de aula”, disse Guido.

Durante o ato foi referendado o seguinte calendário:

De 2 a 13/2  – Visitas às escolas para afixar cartazes com a divulgação da campanha salarial e realizar eleição para escolher os representantes. Durante o mês, as subsedes vão organizar atos nas Diretorias de Ensino para pressionar o Governo a reabrir classes e períodos que foram fechados e desmembrar as classes superlotadas.
De 18 a 20/2 – Durante o planejamento pedagógico nas escolas, haverá debates sobre a greve com os professores, além da conclusão da eleição dos representantes.
Dia 27/2 – Reuniões de representantes.
2 a 6/3 – Atos e outras atividades regionais, com visitas às escolas, para divulgação da campanha salarial.
10/3 – Reunião com os pais.
11/3 – Assembleias regionais para organização do comando de greve.
13/3 – Assembleia estadual no vão livre do MASP, na avenida Paulista.
Fonte: CUT Brasil