Não ao retorno 100% presencial | Sinpro se manifesta contra anúncio do GDF

Ontem (21/10) no final da tarde, o governo do Distrito Federal anunciou sua intenção de decretar o retorno 100% presencial. O Sinpro entende que esse é um ato inconsequente diante da realidade em que vivemos ainda no DF. Por conta disso, o Sinpro tomou uma série de medidas para evitar que isso ocorra, a começar por solicitar reunião com o governador Ibaneis Rocha e com a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, para apresentar a posição do Sinpro, contrária ao anúncio.

Nesse momento, diante da importância da gestão democrática, o Sinpro convoca gestores e gestoras para reunião na próxima terça-feira, 26 de outubro, às 10:30. É necessário que os gestores e gestoras organizem devidos debates junto às famílias, garantindo a participação de todos os segmentos das comunidades escolares, para que possamos avaliar a real necessidade do retorno das aulas 100% presenciais.

O Sinpro também está convocando reunião de delegados e delegadas sindicais para a próxima quarta-feira, 27/10 às 19h.

O sindicato deve convocar professores e professores, e orientadores e orientadoras, para plenárias regionalizadas. A assembleia da categoria, previamente agendada para o dia 11/11, também pode ser antecipada.

É muito importante que toda a categoria participe dessas plenárias e reuniões. Precisamos da participação massiva de gestores, gestoras, delegados, delegadas, professores, professoras, orientadores e orientadoras educacionais para decidirmos como proceder nesse finzinho de semestre (estamos a pouco mais de um mês do fim do ano letivo).

O sindicato também entende que é necessária a antecipação da dose de reforço da vacina para os profissionais da educação.

A preocupação do Sinpro é com a proteção dos professores (as) (e, por consequência, a proteção dos e das estudantes) da rede pública distrital. Nesse sentido, é importante lembrar que, embora a vacinação contra a covid-19 tenha avançado após um longo (e desnecessário) período, o quadro vacinal apresentado pela própria Secretaria de Saúde do DF ainda não está de acordo com o que orienta a Organização Mundial de Saúde (OMS) para se pensar em afrouxamento das medidas de segurança sanitária

Os dados mais recentes mostram que apenas 58,73% da população do DF elegível à vacinação já tomou as duas doses da vacina. Mas os números são muito piores quando analisada a população de 12 a 19 anos, público em idade escolar que já pode ser vacinado. Até o dia 20 de outubro, no grupo de adolescentes de 18 e 19 anos, apenas 20,78% estavam completamente vacinados. Já o percentual referente às crianças e adolescentes de 12 a 17 anos era de apenas 1,14%. E é essencial lembrar que as demais crianças, que ainda não têm a cobertura da vacina, mas são maioria na educação básica, contam apenas com o distanciamento e a utilização de máscara para defender a própria vida.

Dados de agosto indicam que, aqui no Distrito Federal, a faixa etária de 0 a 19 anos representou 14% dos casos de Covid-19 no Distrito Federal. De acordo com a reportagem do G1, dos 20.236 infectados em agosto, 2.925 são crianças e adolescentes – o número representa um aumento de 33,7% nos diagnósticos, a segunda maior alta neste ano, perdendo apenas para março, quando Brasília chegou ao pico de transmissão. Desse total, 14 casos vieram a óbito.

E nunca é demais lembrar que, desde que as aulas voltaram semipresenciais em agosto, já perdemos três professores para a Covid. Esse número só tende a aumentar. A diretoria colegiada do Sinpro entende que tentar fazer o retorno presencial de 100% dos nossos estudantes, é jogar por terra todo o esforço feito por todos até aqui para manter minimamente a nossa segurança.

 
 

MATÉRIA EM LIBRAS