Sinpro reafirma: volta às aulas presenciais só com vacina

O governador do DF Ibaneis Rocha afirmou que pretende retomar as aulas presenciais nas escolas públicas do DF em junho deste ano, independente da vacinação de todos os profissionais da Educação. A posição do governador foi publicada na coluna da jornalista Samanta Sallum, nesta sexta-feira (7/5). Diante da fala de Ibaneis, o Sinpro-DF reafirma que não compactua com nenhuma ação genocida e que o retorno às aulas presenciais está definitivamente condicionado à imunização completa de quem atua na Educação.

Segundo Ibaneis, o retorno seria feito de forma escalonada e no modelo híbrido, com parte das atividades on-line e parte presencial. O governador ainda tentou se esquivar da morosidade do processo de vacinação contra a covid-19 no DF ao delegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a culpa por não ter agilizado o processo de imunização da categoria do magistério público.

Desde o início da pandemia da covid-19, o Sinpro-DF vem atuando para que a vida de toda a comunidade escolar – e a sociedade, de forma geral – seja preservada, o que, necessariamente, passa pelo ensino exclusivamente remoto. Isso porque a vacinação no DF segue a passos lentos, seguindo o modelo imposto pelo governo federal. Os últimos dados mostram que apenas 9% da população do DF está completamente imunizada contra a covid-19 e só 16% recebeu a primeira dose da vacina. Ao mesmo tempo, os especialistas em saúde mostram que o caminho para o controle da pandemia só se dará com pelo menos 70% da população imunizada.

Com um quadro que mostra mais de 8 mil mortes só no DF, além de um sistema de saúde colapsado, o Sinpro-DF reforça sua pauta em defesa da vida. “Essa é a nossa reivindicação maior: a defesa da vida. Mais de meio milhão de pessoas transita no espaço escola-cidade. Não podemos aceitar que o risco da morte seja imposto. Reconhecemos que a ausência do ensino presencial cria lacunas graves no processo do ensino-aprendizado, principalmente pela ausência de políticas públicas para a área de Educação. Mas, com vida, poderemos nos reconstruir. Sem a vida, a única coisa que teremos é a ampliação da dor irreparável que assola milhares de brasileiros – crianças e adultos –, que perderam seus familiares”, afirma a diretora do Sinpro-DF Rosilene Corrêa. Para ela, o sistema híbrido de ensino é apenas realizar o revezamento do risco de contágio e transmissão do coronavírus. “É se expor dia sim, dia não ao vírus e à morte. O vírus não tem dia certo para atacar.”

A dirigente sindical ainda reforça que, mesmo após a imunização dos profissionais da educação, as escolas deverão seguir com rigidez o protocolo de segurança sanitária estabelecido pela Organização Mundial de Saúde.

O pronunciamento do governador Ibaneis Rocha, de indicativo de retorno às aulas presenciais em junho, foi feito exclusivamente para a mídia. Até o momento, o GDF não convocou a diretoria do Sinpro-DF para dialogar sobre o tema.