Sinpro pressiona e BRB se compromete a trabalhar proposta para superendividados
Aplicação de juros diferenciados e tratamento humanizado são algumas das questões indicadas para compor proposta do BRB aos professores(as) e orientadores(as) educacionais endividados e superendividados. O compromisso do banco é resultado da pressão do Sinpro-DF, que realizou ato em frente à sede do BRB, nesta quinta-feira (9/11), para cobrar negociação justa com servidores(as) públicos correntistas.
Diante da mobilização, composta por faixas, cartazes e falas potentes, a superintendência do BRB chamou a Comissão de Negociação do Sindicato para reunião. O diretor do Sinpro-DF Cleber Soares conta que os representantes do banco ouviram as colocações sobre “as altas taxas de juros impostas à empréstimos e cartão de crédito – apesar do risco quase zero, uma vez que o banco detém exclusividade da conta salário –, além do relato dos problemas gerados pelo Programa Crédito Consciente, que acabou piorando a situação de quem já estava endividado ou superendividado”.
“A partir do que elencamos, o compromisso foi de trabalhar uma proposta que traga solução ao problema dos superendividados e disponibilize crédito à medida em que o endividamento for sendo sanado”, diz Cleber Soares. A proposta deverá ser apresentada nas próximas semanas.
Esta não é a primeira ação do Sinpro para garantir negociação justa para professores(as) e orientadores(as) endividados(as) e superendividados(as) junto ao BRB. Em outubro, a Comissão de Negociação do Sindicato reuniu-se com superintendentes do banco para tratar do tema, e deram um passo importante para a construção de uma proposta que seja pavimentada pela função social do BRB.
“Ao aplicar taxas de juros exorbitantes em linhas de créditos e empréstimos bancários, o BRB atua na contramão de sua missão de promotor do desenvolvimento econômico, social e humano. Há professores e orientadores que têm toda remuneração sequestrada pelo banco, e ficam sem o direito ao alimento, à moradia”, afirma a diretora do Sinpro Márcia Gilda.
Segundo a sindicalista, “o ato desta quinta-feira também foi para defender o BRB enquanto banco público que cumpra sua missão social, o que passa pela garantia da dignidade financeira de seus correntistas”. “De forma alguma a privatização seria uma saída para o BRB. Muito ao contrário. Se o banco fosse privatizado, não teríamos nem a oportunidade de negociar uma solução para os superendividados. A gente defende um banco público forte e que, por isso, insira nas suas decisões a realidade das pessoas que hoje sofrem por não poderem cumprir com seus compromissos financeiros”, alerta.
Pesquisa Aposentadoria Ativa, de 2023, realizada pelo Sinpro-DF em parceria com o Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho da UnB, aponta que 58% dos(as) dos entrevistados tem empréstimo consignado e 42% possui mais da metade da renda comprometida. Há ainda casos de professores(as) e orientadores(as) educacionais da ativa que têm praticamente todo o vencimento convertido em pagamento de empréstimo bancário.
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