Sinpro participa de debate sobre sistema de ciclos e semestralidade

DSC00108A Secretaria de Educação do Distrito Federal deu início, durante todo o dia da última terça-feira (12), no auditório do Colégio Militar de Brasília, aos debates que nortearão a implantação do sistema educacional de ciclos e semestralidade nas escolas públicas do DF. A necessidade de se fazer um debate democrático junto à comunidade escolar, às escolas e aos professores, como forma de preparação da estrutura humana e material das unidades escolares antes de sua concretização, sempre foi uma das lutas do Sinpro, além de ser o princípio que norteia a Gestão Democrática. O II Seminário do Currículo em Movimento: Outra Escola é Possível, palestra intitulada “Com o Direito aos Termos da Formação Humana”, contou com a participação da secretária adjunta de Educação, Maria Luiza, do professor doutor em educação Miguel Arroyo, de vários diretores do Sinpro, do presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa), Luis Claudio Megiorin, do representante da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Brasília (Umesb), Marcos Mourão, e de profissionais das 14 Coordenações Regionais de Ensino.

Para a diretora de Políticas Educacionais do Sinpro, Berenice D’arc Jacinto, o Sindicato em nenhum momento se manifestou contrário ao conteúdo da organização curricular dos ciclos, mas reivindicou que a escolha do sistema fosse feito de forma democrática. “A discussão da escola que teremos é um debate muito importante. O Sinpro também tem buscado reforçar a luta por uma educação progressista. Na discussão entre ciclos e seriação ficamos com os ciclos”, salienta a diretora. O diretor Julio Barros, que fez parte da mesa durante a manhã, reforçou a preocupação do Sindicato para que as mudanças sejam debatidas de forma coletiva, já que todos fazem parte deste movimento. “A realização do seminário vai ao encontro do que o Sinpro sempre afirmou. Precisamos conversar, discutir. Não é possível construir uma escola diferente sem que o debate seja feito com a comunidade escolar e com os professores”, finaliza.
Para o professor Miguel Arroyo, o tema pode ser dividido em três pontos: uma educação que parte dos educandos; a necessidade de entender que a função da escola e da instituição educativa é dar conta do desenvolvimento pleno dos estudantes, se preocupando com sua formação; e a necessidade de tentar entender como se dá o desenvolvimento dos alunos, como se formam, como aprendem e como se socializam. “Neste momento está se construindo outra escola, outra docência, com todos os direitos do trabalhador garantidos. Até ontem as escolas tiveram donos e agora será dos trabalhadores e da comunidade. Outro ponto necessário é reconhecer o valor dos professores. Somos muito mal remunerados e para uma escola de qualidade os professores devem ser valorizados e ter salários condizentes com a importância que possuem no futuro do país”, afirma o professor finalizando que “para que o novo sistema educacional funcione a contento, o espaço pedagógico tem que ser alterado e a comunidade escolar precisa conhecer e participar mais de todo o processo”.