Sinpro lança vídeo no Dia do Laço Branco: Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres

O Sinpro lança, nesta terça-feira (6), o vídeo sobre o combate à violência contra a mulher. Diretores da entidade mostram dados sobre os crimes e falam sobre a necessidade de denunciar qualquer tipo de violência: “Em briga de marido e mulher, se mete a colher sim. Seja um agente do combate à violência contra as mulheres. Diante de qualquer caso, preste socorro à vítima e denuncie”, orienta Ricardo Gama, diretor do sindicato.

Sempre engajada pelo fim da violência contra a mulher, a diretoria colegiada, que representa uma das maiores categorias profissionais do Distrito Federal, a qual é formada, majoritariamente, por mulheres, apresenta o vídeo para marcar a passagem do dia 6 de dezembro, data em que se celebra o Dia do Laço Branco e o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A data integra o calendário da Campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

Importante também lembrar que a campanha do Laço Branco começou, segundo matéria da Agência Patrícia Galvão, após uma tragédia ocorrida em 1989, em Montreal, no Canadá, dentro de uma escola. Marc Lepine invadiu uma escola politécnica canadense, ordenou que homens se retirassem, assassinou 14 mulheres e suicidou-se em seguida. A tragédia mobilizou canadenses a criar a primeira campanha do Laço Branco. Entre 25 de novembro e 6 de dezembro daquele ano, foram distribuídos cerca de 100 mil laços entre os homens canadenses. O dia 25 de novembro foi proclamado pela Organização das Nações Unidas (ONU), como o Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a mulher.

Historicamente, vale lembrar que o Sinpro foi a primeira entidade de trabalhadores(as) do Distrito Federal e uma das primeiras do País a instituir a Secretaria de Mulheres. Com isso, inaugurou e fortaleceu, no movimento sindical, o tema do combate à violência contra a mulher como um dos conteúdos dentre todos os outros temas relacionados à luta de classe.

A diretoria colegiada reconhece o recrudescimento desse tipo de violência nos últimos anos, agravada pela política econômica neoliberal, pela má-gestão da Economia do País, pela falta de investimento público no combate aos crimes e acolhimento e proteção de mulheres e meninas e também pela pandemia da covid-19.

Com dados de várias instituições, como os do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), os diretores que participaram do vídeo mostram, por exemplo, que, “em 2021, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 7 horas”, informa o diretor Samuel Fernandes. Rodrigo Rodrgues, presidente da CUT-DF revela que “mais de 230 mulheres denunciaram casos de violência em 2021”. Fernando Reis, diretor do Sinpro, mostra os cinco tipos de violências contra a mulher segundo a classificação da Lei Maria da Penha.

O Sinpro também realiza, nesse sábado (10),  uma atividade para a categoria celebrar o Dia Internacional dos Direitos Humanos. A Secretaria de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras realizará o “Encontro de Mulheres Educadoras – Mulheres e direitos humanos: qual escola queremos?” A atividade será na Chácara do Sinpro, das 9h às 12h. As inscrições são gratuitas, e podem ser feitas até o dia 8 de dezembro, às 18h, pelo link https://www.sinprodf.org.br/formulario-inscricao-encontro-de-mulheres-educadoras-fonte-sinpro-df/

 

Violência: dados recentes

 

Uma matéria do Jornal Hoje, da Rede Globo, divulgada no dia 24 de novembro, dá conta de que “a cada minuto, em média, uma pessoa liga para o 190 para denunciar casos de violência doméstica. O jornal mostrou que foram registrados 619 mil pedidos de ajuda à polícia em 2021, segundo o FBSP. Só em Minas Gerais, por exemplo, de janeiro a setembro de 2022, 121 mulheres foram vítimas de feminicídio e a Polícia Civil registrou 142 tentativas de crimes contra as mulheres: um aumento de 8%, em relação ao mesmo período de 2021”, diz.

Uma matéria recente da revista Carta Capital também indica aumento dessa violência e indica que “ao menos 4.473 mulheres foram vítimas de feminicídio na América Latina em 2021”. Os dados da Carta Capital foram divulgados no dia 25 de novembro, data em que se celebra o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, que também faz parte da campanha 21 Dias de Ativismo. Segundo a revista, as informações foram divulgadas pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Segundo a Cepal, o número representa uma média de 12 mortes violentas de mulheres por razão de gênero por dia na região, segundo um relatório do Observatório de Igualdade de Gênero de América Latina e do Caribe (OIG) da Cepal. “O feminicídio persiste como uma realidade e não há sinais claros de que o fenômeno esteja diminuindo”, diz o relatório.

Em 2021, as maiores taxas de feminicídio da América Latina foram registradas em Honduras (4,6 casos a cada 100.000 mulheres), República Dominicana (2,7 casos), El Salvador (2,4), Bolívia (1,8) e Brasil (1,7). No Caribe, Belize e Guiana têm as taxas mais altas, 3,5 e 2,0 em cada 100.000 mulheres, respectivamente. Os dados “são inaceitáveis”, aponta José Manuel Salazar-Xirinachs, secretário executivo da Cepal, citado no texto. Adolescentes e jovens mulheres de entre 15 e 29 anos constituem a faixa etária em que se concentra a maior proporção de casos de feminicídio.

 

Confira a vídeo do Sinpro-DF

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