Sinpro lança cartilha com informações sobre readaptação funcional

O Sinpro-DF lança, nesta sexta-feira (12/11), uma cartilha virtual para quem precisa de informações sobre readaptação funcional. Com o título Sinpro Informa – Cartilha Readaptação Funcional, o sindicato oferece acesso rápido às informações necessárias sobre esse processo de readaptação que acomete boa parte da categoria.

 

Trata-se da última e nona cartilha da série produzida pela Secretaria para Assuntos de Saúde do Trabalhador em parceria com o escritório dos Advogados Resende Mori Fontes para este ano. A primeira foi lançada em março de 2021. Ao todo, o Sinpro já publicou nove, todas virtuais, com temas de interesse da categoria para acesso rápido. Elas estão disponíveis na seção Clínica do Trabalho no site. Nesta edição da série, o sindicato aborda a readaptação funcional e, com isso, atende a uma grande demanda da categoria por esse tipo de informação.

 

Segundo dados do Portal da Transparência, o número de professores(as) readaptados(as) representa 10% da categoria no Distrito Federal. O levantamento do portal indica que em 2014, havia 29.197 professores e 1.632 readaptados; em 2015, 28.880 professores(as) para 1.807 readaptados; 2016, 27.831 e 2.039 readaptados; 2017, 26.503 professores(as) e 2.372 readaptados; 2018 26.730 professores(as) e 2.512 readaptados. A relação mostra que, além de o Governo do Distrito Federal (GDF) não atualizar o número de docentes com novos concursos públicos, à medida que diminuem os números de professores(as) nas escolas, aumentam as péssimas condições de trabalho e de readaptação.

 

“Essa cartilha foi idealizada tendo em vista o grande número de profissionais do magistério público em processo de readaptação. A tentativa é de elucidar dúvidas sobre o processo de readaptação funcional, quais os amparos jurídicos que existem e garantir que essa cartilha contribua para facilitar o desempenho das atividades funcionais desses e dessas colegas no novo modelo do exercício da sua profissão”, afirma Élbia Pires, coordenadora da Secretaria para Assuntos de Saúde do Trabalhador da entidade.

 

Em primeiro lugar, segundo ela, a cartilha visa a explicar direitos dos(as) servidores(as) sobre o tema e, em segundo, destaca a importância do conteúdo para que as pessoas, por meio da lei, usem as informações para se  proteger e se posicionar.

 

“Se foi readaptado(a) deve ter suas limitações funcionais respeitadas e não é porque não desempenha a contento de um outro que será deixado de lado na organização do trabalho. As queixas mais frequentes se referem a abandonado, visto como incapaz ou está fazendo corpo mole”, observa a diretora.

 

Luciane Kozicz, psicóloga do Sinpro-DF, destaca que “essas palavras derrubam quem já está acometido por doença ocupacional, pois já percebe sua limitação e muitas vezes não respeita, pois não quer ser visto nesse lugar. É necessário dar-se conta dos limites. Nos atendimentos psicológicos os sintomas mais comuns são síndrome de burnout, depressão e ansiedade”, alerta.

 

Kozicz explica que esses problemas “se referem a esse aprisionamento, a uma imagem anterior, não atualiza as limitações sofridas. Assim, aprisionado a uma imagem aparecem as patologias sem representação: burnout, fobias, depressão, etc. É importante perceber que as atividades vão além da sala de aula”.

 

Os casos mais comuns de doenças ocupacionais acontecem por algum distúrbio na voz (disfonia, rouquidão, afonia, dor ao falar, cansaço ao falar, falhas na voz, falta de projeção vocal e dificuldade para falar em forte intensidade), distúrbios mentais (síndrome de burnout, ansiedade, depressão, pânico etc), problemas respiratórios, distúrbios osteomusculares (músculos, nervos, ligamentos etc).

 

O Sinpro não descuida desse aspecto da profissão relacionado às condições de trabalho. Sempre realiza palestras semanais nas escolas, alertando sobre as formas de adoecimento no trabalho. Setenta por cento dos atendimentos psicológicos individuais no sindicato são para profissionais readaptados.

 

O sindicato também mantém uma luta constante e diária para que o Governo do Distrito Federal (GDF) assegurem melhores condições de trabalho e ofereçam a esses(as) profissionais o acompanhamento nas suas novas atividades, a conquista de que desenhem um projeto para seu trabalho tenha sentido. Antes, eram mandados para biblioteca, portaria e outras funções que, embora necessárias, são tidas como o “cantinho do isolamento”.

 

 

Confira a Cartilha Readaptados Funcionais e, clique na Clínica do trabalho – SINPRO-DF (sinprodf.org.br) para acessar as demais cartilhas.