Sinpro informa que há 12 tipos de golpes contra a categoria em curso

Os golpes cibernéticos pelo telefone para extorquir dinheiro estão se tornando mais uma rotina no Distrito Federal. Os principais alvos são servidores(as) públicos(as). O fato de virar rotina significa que as pessoas devem ficar cada vez mais atentas.

Nesta terça-feira (10), por exemplo, o Jurídico do Sinpro contabilizou 12 tipos de golpes contra professores(as) e orientadores(as) educacionais. Toda semana o sindicato mostra novas modalidades do crime e orienta a categoria a prestar atenção redobrada em mensagens sobre processos que o sindicato movimenta na Justiça. E alerta: a entidade não pede dinheiro.

As quadrilhas cibernéticas atuam em todo tipo de golpe, mas, sobretudo, nos processos que correm na Justiça. A Polícia Civil já está consciente do problema. Centralizou as denúncias investiga os crimes. De vez em quando, uma quadrilha é desbaratada. Contudo, à medida que as tecnologias evoluem, a criatividade e a quantidade de bandidos(as) se multiplicam.

Por isso, o Sinpro alerta, quase que diariamente, para as práticas de estelionato que vão desde mensagens falsas, telefonemas e até utilização de documentos fraudados com as marcas dos escritórios de advocacia que atuam para o sindicato e do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) para convencer as vítimas.

Em matéria divulgada nesta terça-feira (10), o jornal Metrópoles mostrou a preocupação e a luta do sindicato para alertar a categoria e informa que, embora não haja uma contabilidade geral com um total de vítimas, a entidade garante que o número é expressivo em razão da recorrência do assunto entre membros e diretores do sindicato. “O sindicato explica que os bandidos reúnem uma série de informações que parecem verdadeiras e pedem o pagamento de algum valor no fim do contato. O Sinpro-DF reforça que não entra em contato com sindicalizados ou exige depósitos financeiras de qualquer fim.

 

Metrópoles alerta sobre segurança digital

 

O perito em crimes digitais Wanderson Castilho alerta que a criminalidade no ambiente cibernético se especializou e ataca por nichos. “Cada um tem suas particularidades. Hoje existem golpes específicos para o Instagram, para leilões, ofertas de emprego e outros”, detalha.

 

“Se você não tiver dois tipos diferentes de verificação [quando receber qualquer tipo de contato], não execute o que está sendo pedido. Quem recebeu o contato que deve buscar por outros meios a confirmação daquilo”, explica o especialista em segurança cibernética.

 

Tipos de crime

  1. Em um dos golpes, criminosos ligam para a casa dos professores informando que o alvará de precatório para pagamento foi liberado. Em seguida, dizem que a vítima tem mais de R$ 100 mil para receber, pedem para ligar em um número e solicitam depósito de um valor em uma conta corrente no nome de Anderson Fabio de Oliveira.

 

  1. Para o furto via telefone, usam vários nomes. O nome de “Cláudia Maria Rodrigues”, uma advogada que tem sido prejudicada com a ação do bando, é utilizado nesta modalidade. Ela já denunciou o caso à polícia e tem Boletim de Ocorrência para comprovar o uso indevido do nome dela. O outro advogado usado é “Leonardo Mota”. Um terceiro nome identificado é “Dr. Marcelo Ricardo”.

 

  1. Para extorquir dinheiro das vítimas, o golpista que realiza a chamada se passa por diretor, ex-diretor ou funcionário da Secretaria de Assuntos Jurídicos, Trabalhistas e Socioeconômicos do Sinpro-DF. Em alguns casos, o criminoso se apresenta como Dr. Daniel ou Dr. Dimas, e chega a utilizar em sua foto de perfil de WhatsApp a logomarca do Sinpro-DF. Em seguida, o farsante solicita depósito em conta bancária vinculada a uma suposta pessoa com nome de Priscila.

 

  1. Outra modalidade é o golpe com transferência por Pix. Assim como os outros métodos, o golpista solicita um valor para liberar uma quantia à vítima. No caso de transferência, não há um sistema de retorno ou cancelamento do envio.

 

  1. Nesta modalidade, o golpista envia à vítima, via WhatsApp ou e-mail, documento simulando papel timbrado do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). O documento ainda leva o nome de dirigentes do Sinpro-DF. No último caso relatado à entidade, havia o nome da dirigente Silvia Canabrava. O envio é feito posteriormente a uma ligação, em que o criminoso confirma vários dados da vítima, como nome completo, CPF e nome do pai e da mãe.

 

  1. O golpe mais recente consiste no envio de carta nominal, com logomarca de escritório de advocacia fantasma. O documento falso é enviado pelos Correios e traz uma série de argumentos jurídicos bem fundamentados, além de endereço de e-mail, telefones e assinatura com registro da OAB.

 

  1. O primeiro golpe de 2022 chega por WhatsApp e vem supostamente do “Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, DF”. É nominal, informa que o pagamento do precatório referente ao processo da pessoa está liberado para a data de hoje, “primeira ou segunda parcela”. O titular deverá entrar em contato com uma “Dra. Chrystiane Maia Guerco Faria Lucas Mori (OAB: 38015/DF) para solicitação do recolhimento dos alvarás de liberação do precatório, nos telefones (061) 99687-2994 ou (061) 99667-9219 (outros números também são usados nesse golpe). Se a pessoa não entrar em contato até as 15h, deverá esperar “uma segunda chamada com carência de tempo de 5 a 10 anos”. Mas é golpe.

 

  1. Nesta modalidade criminosa, os bandidos ligam pelo telefone 3322-1515 – contato oficial do Banco de Brasília (BRB), mas clonado – informando que o banco fez um Pix por engano para a conta do professor ou orientador educacional, solicitando a devolução do valor. Além deste procedimento, os estelionatários também ligam dizendo ser de uma empresa jurídica ligada ao BRB, fazendo a cobrança de tarifas não pagas. Na maioria das vezes, os falsários enviam um link ou pedem dados para “corrigir o problema” e até mesmo solicitando dinheiro. Não abra o link, não forneça dados ou transfira qualquer quantia em dinheiro.

 

  1. Na última versão utilizada pelo bando, um professor é contatado e informado que havia sido autorizado o pagamento de R$ 108 mil referente ao precatório do Ticket Alimentação, ação movida por um suposto escritório jurídico do Sinpro. Porém, para receber o montante, o educador deveria pagar as taxas, valor totalmente indevido, uma vez que o sindicato nunca solicita nenhum tipo de transação bancária para que professores e orientadores educacionais. Para identificar se a ligação é um golpe, basta ficar atento ao pedido de qualquer tipo de taxa para recebimento de precatório.

 

  1. Na décima “modalidade”, o(a) bandido(a) cibernético se passa por advogado(a), entra em contato com um(a) professor(a) e informa sobre a liberação do alvará de precatório para pagamento de um processo. Ao informar o suposto número do processo e do protocolo, o criminoso informou que o educador teria que depositar uma quantia em uma conta bancária para receber o valor.

 

  1. Outro formato é o envio de mensagens de WhatsApp semelhantes às que o escritório Resende, Mori e Fontes Advocacia tem enviado à categoria para encaminhamentos processuais. Isso, inclusive, chegou a criar uma situação difícil porque é preciso ter atenção para não cair no golpe. É possível verificar, com facilidade, a diferença entre as mensagens golpistas e as do nosso escritório.

 

  1. Também tem a modalidade em que os golpistas citam até uma Medida Provisória genérica, não numerada e sem especificação de função. Mas o objetivo é sempre o mesmo: extorquir dinheiro da categoria.

 

 

Confira a matéria do Metrópoles

 

https://www.metropoles.com/distrito-federal/alerta-professores-do-df-sao-vitimas-de-9-tipos-de-golpes-veja-quais