Sinpro fortalece Semana Escolar de Combate à Violência Contra a Mulher
Estudantes do CED 16 da Ceilândia trocaram anotações no caderno por um bate papo sobre a Lei Maria da Penha, no último 29 de agosto. A palestra, promovida pela Secretaria de Mulheres do Sinpro, fez parte da Semana Escolar de Combate à Violência Contra a Mulher, realizada de 26 a 30 de agosto em toda rede pública de ensino do DF.
“Orientar estudantes sobre a Lei Maria da Penha reflete em várias frentes. Ajuda a conscientizar sobre os diferentes tipos de violência doméstica e familiar, suas consequências e formas de prevenção; dá força para que as vítimas, a partir do conhecimento da legislação, reconheçam seus direitos e a busquem proteção; estimula testemunhas a denunciarem casos de agressão”, afirma a diretora do Sinpro Mônica Caldeira, que palestrou no CED 16 da Ceilândia.
Para o supervisor da unidade escolar, Wellington Nascimento dos Santos, debates como o realizado pelo Sinpro têm o potencial de prevenir casos de violência contra as mulheres e, até mesmo, de salvar vítimas. “Quando a gente mexe no vespeiro, sempre vem uma ou outra (pessoa) que nos procura. Tenho certeza que daqui para a semana que vem, uma ou outra (estudante) vai procurar a gente para falar sobre o tema”, conta o supervisor.
O CED 16 da Ceilândia atende estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do 2º e 3º segmento, o que equivale etapas que vão do 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. Segundo Wellington dos Santos, por terem idade mais avançada (entre 25 a 40 anos, majoritariamente), “muitos estudantes têm sua própria experiência e conseguem se sentir parte do problema”.
Há quase três décadas na rede pública de ensino, Wellington dos Santos defende a discussão de temas como o combate à violência contra as mulheres nas escolas por entender que que elas têm “o papel de mudar a sociedade”. “A escola tem que lutar contra o machismo estrutural. A violência contra a mulher é resultado do machismo estrutural, que não é ruim só para a mulher, mas também para os homens; é ruim para todo mundo. Isso porque banaliza a violência e forma homens violentos, e faz com que as mulheres, muitas vezes, naturalizem aquilo que não é para ser naturalizado. Escola é lugar de formação e de ruptura de paradigma; é lugar de transformação”, afirma.
Para a diretora do Sinpro Mônica Caldeira, é dever de todos os sindicatos discutir questões de gênero em todos os espaços. “Nós, como sindicato dos professores e professoras, orientadores e orientadoras educacionais, temos uma responsabilidade enorme, já que estamos em um ambiente que é, organicamente, transformador. Mas o combate à violência contra as mulheres, a luta contra o machismo e a misoginia, a defesa dos direitos das mulheres devem ser temas da pauta de luta de todos os sindicatos da classe trabalhadora. Essa é uma tarefa de todos e todas”, afirma.