Sinpro faz campanha para a construção de nova escola na Cidade Estrutural

O número insuficiente de escolas na Cidade Estrutural tem gerado uma série de problemas à comunidade escolar da região. Após ser interditada em 2012 em virtude de vazamento de gás, que oferece uma série de risco para estudantes, pais e moradores da região administrativa, cerca de 700 alunos(as) do 1° ao 5° ano são obrigados a estudar fora de sua cidade, na Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (907 Sul), distante de suas residências.
Além de todo transtorno em estudar fora da cidade onde moram, os alunos ainda são obrigados a enfrentar a precariedade das instalações da EAPE, ponto que já foi motivo de diversas denúncias da comunidade escolar e do próprio Sinpro. No início deste ano, os(as) professores(as) apresentaram um relatório alertando para diversos problemas estruturais no local, como fios desencapados e goteiras, resultando em choques e alagamento das salas quando chove. O Governo do Distrito Federal prometeu que a Escola Classe 01 seria realocada para o SIA em um imóvel com uma estrutura melhor, mas a promessa do Governo não foi cumprida.
Uma equipe formada por diretores do Sinpro e pela assessoria de imprensa do Sindicato acompanhou a chegada dos alunos na última quinta-feira (30), e constatou a angústia vivida diariamente pelos pais dos estudantes. Enfrentando chuva e a falta de estrutura nos nove pontos onde os alunos são deixados pelos ônibus do governo, os pais são unânimes ao afirmar que todos sofrem com o deslocamento. “Desde que a EC foi interditada a angústia dos moradores só aumenta. A falta de escola aqui ajuda na evasão escolar, além de cooperar para o prejuízo do aproveitamento pedagógico”, analisa Vanderlina Ribeiro de Abreu, moradora da Estrutural e professora temporária da EC 01 desde 2008.
IMG_5172
Maria de Fátima é mãe de cinco filhos e todos são obrigados a estudar no Guará. “É muito triste você não ter a opção de colocar seus filhos para estudar na cidade onde mora. Preciso acordar muito cedo para levar menino no ponto, voltar para cuidar dos outros e me desdobrar para esperar os que chegam. É muito complicado e perigoso. Precisamos que o GDF construa uma escola aqui com urgência”, comenta Maria de Fátima, complementando que este ano um ônibus bateu e machucou algumas crianças. “É um transtorno muito grande para os pais”.
Diante de todos estes problemas o Sinpro exige que o GDF haja com urgência para resolver esta questão, e que os alunos tenham o direito de exercer sua cidadania a partir do sentimento de pertencimento, estudando onde moram. “É preciso ter uma escola classe na Estrutural sim. O GDF diz que não pode fazer outra escola em decorrência da antiga EC ter um CNPJ e devido ao processo burocrático, mas o que exigimos é a construção de uma escola”, comenta o diretor Cláudio Antunes.
O Sinpro e a Câmara Legislativa do Distrito Federal estão organizando uma audiência pública para discutir o assunto.