Sinpro exige providências para o Caic Castelo Branco do Gama

O que era para ser um cenário de aula e momento de aprendizado para os alunos do Caic Castelo Branco, no Gama, a realidade é totalmente outra. Feito para durar 10 anos, o colégio soma mais de 20 anos e uma estrutura que assusta pais, alunos, e toda comunidade escolar.

Os primeiros sinais foram descobertos após uma limpeza realizada na caixa da água. A água que era para durar uma semana, durou pouco mais de dois dias, o que preocupou a gestão do colégio. Sinais de abandono estão por todos os lados. No pátio central da escola, existem rachaduras e vazamentos.

Em 2018, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros estiveram no local e condenaram a parte elétrica e toda a estrutura da escola. Lucineide Ferreira Lima, que tem seu filho matriculado, explica que é triste para ela encontrar a escola desse jeito. “Se o Caique acabar é triste porque lutamos muito para que ele não fosse transferido e ficamos sem apoio do governo. Deveriam liberar verbas e mandar reformar todas as dependências. É uma situação que mexe até com o aprendizado da criança”, explica.

Segundo a coordenação do colégio, a engenharia da Secretaria de Educação do governo anterior disse que  estrutura aguentava ter aula normal o que não é verdade.  Para não deixar as crianças sem aula, a escola jardim 06 aos fundos foi escolhida para receber os alunos. A Diretora do Jardim de infância 06, Silmaria Azevedo diz que as mudanças aconteceram em caráter emergencial e que a secretaria de educação comunicou por meio da regional todas as mudanças. “Essas mudanças sobrecarregaram o ensino, pois a educação infantil prima pela brincadeira e os espaços que tínhamos foram adaptados para atender as mudanças. Existe uma promessa antiga da secretaria para uma possível reforma, mas nunca saiu do papel”.  A diretora conta que a escola perdeu o pátio, a sala de vídeo e o espaço dos professores.

A Escola Classe 29 também recebeu boa parte dos estudantes. A professora do 1º ano, Rose Mary de Assis diz que a promessa inicial era que os alunos ficariam por 90 dia. De lá para cá, já se passaram nove meses. “Os banheiros e a cantina não comporta os meninos. Na hora do lanche, a cantina fica cheia, deixando até crianças em pé. O impacto é diretamente no nosso período integral. Perdemos uma sala de psicomotricidade, para abrigar o período integral”, conta.

Jorge Luiz de Andrade  é  pai da estudante Carol, de apenas 10 anos, e relata as mudanças foram prejudiciais para sua filha. “ A escola não existe. É uma tristeza. Estamos sem respostas e o governo continua calado. Minha filha está sendo afetada por todas as mudanças”, avalia.

Patrimônio

A diretoria Yeda Alves da Rosa Viera, está preocupa com a situação dos patrimônios do Caic Castelo Branco. A escola que está prestes a cair, ainda não foi feito a retirada de tudo, prejudicando todos os materiais de aprendizagem, mobília, e até mesmo computadores. Para que não houvesse perca total de todos os materiais, foi necessário fazer a doação para outras escolas.

A maior preocupação com patrimônio e que ele fica na carga do gestor, então todo o patrimônio foi redistribuído, pois o custo de cada um é o preço de compra, ou seja, é uma enorme responsabilidade.

A diretora do Sinpro Leticia Montandon uma das responsáveis pelas escolas do Gama e especificamente pelo Caic, chama a atenção pela morosidade com que a situação dessa escola pública está sendo tratada, e alerta o fato de que se isso persistir, a comunidade do Gama corre o risco de perder uma escola pública, tendo em vista que aos poucos os alunos estão sendo distribuídos em outras escolas, ocasionando superlotação, trazendo prejuízos pedagógicos para os estudantes, impacto para as escolas que os recepcionam, e danos à saúde dos docentes. “Tudo isso é o que nós do sindicato lutamos contra, jamais permitiremos que uma escola pública seja fechada, muito pelo contrário, lutamos é pela construção de escolas, de reformas, enfim, de investimento para uma educação pública, gratuita e de qualidade”.