Sinpro é solidário à luta dos(as) professores(as) do Rio de Janeiro e do Ceará

Feliz o país que respeita e reconhece o valor do(a) professor(a) no futuro de uma nação. Em meio aos ataques direcionados à classe trabalhadora e à democracia brasileira, professores(as) de várias partes do Brasil têm travado uma árdua batalha por respeito e reconhecimento, além da luta contra governos neoliberais que tentam, a qualquer custo, retirar direitos conquistados pelos educadores e sucatear a rede pública de ensino. Dois exemplos são os estados do Rio de Janeiro e do Ceará.
Em greve desde o dia 20 de abril, os professores do Ceará reivindicam reajuste de 12,67%, além da convocação dos professores reclassificados no concurso de 2013; efetivação dos direitos de estabilidade; implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e ampliação definitiva da carga horária. Solidários à luta dos educadores, estudantes da rede pública ocupam 52 escolas, a maior parte delas em Fortaleza (36); há também unidades em Maracanaú (7), Juazeiro do norte (5) e uma nas cidades de Limoeiro do Norte, Acaraú, Iguatu e Caucaia. A rede estadual possui 705 escolas do Ensino Médio, com 445 mil estudantes e 13.863 professores efetivos nas unidades escolares.
Segundo o presidente da Associação dos Professores de Estabelecimentos Oficiais Ceará (APEOC), Anizio Melo, o sindicato tem reafirmado seu compromisso com a categoria, com a sociedade de forma geral e com a democracia e suas instâncias e instituições, que devem ser preservadas para muito além do ódio, da demagogia e do sectarismo. “Vamos defender a participação de todos e todas e na luta pela valorização da educação, para impedir o retrocesso no País e um avanço no Ceará”, salienta Anizio Melo.
Os(as) professores(as) da rede estadual do Rio de Janeiro engrossam o coro por respeito à educação e aos educadores, e vivem o maior movimento paredista da história: mais de três meses de paralisação. Reivindicando reajuste salarial de 30%; jornada de 30 horas semanais para os funcionários da área administrativa; cumprimento de uma lei estadual que estabelece aumento para os servidores com cursos de pós-graduação; destinação de um terço da carga horária de trabalho para atividades de planejamento e a volta da data de pagamento para o segundo dia útil do mês, como era até dezembro do ano passado, os docentes sofrem com a falta de resposta e de respeito por parte do governo do estado.
Iniciada no dia 02 de março, os profissionais de educação já fizeram atos, manifestações, protestos, mas o governo do Rio não parece disposto a negociar. Nenhuma proposta foi feita à categoria e, no último dia 3 de julho, anunciou o corte do ponto dos professores em greve. O diretor do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE-RJ), José Eduardo Mariani, reclama da desvalorização e da falta de estrutura. “Estamos há dois anos sem reajuste. As condições em sala de aula também estão horríveis, com salas superlotadas. Falta até aquela caneta para escrever em quadro branco”, diz o professor.
A exemplo do que acontece no Ceará, a luta dos professores também é apoiada pelos estudantes. Após uma onda de ocupações que coincidiu com o inicio da greve dos docentes, algumas unidades ainda seguem sob controle dos alunos, exemplo do Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, na zona sul da capital fluminense. “A ocupação é uma forma de mostrar o nosso apoio aos professores, como também de lutar pelos nossos direitos e de ter uma resistência, e mostrar que os estudantes querem ter voz e mais democracia dentro do colégio”, conta uma estudante.
O Sinpro reafirma a luta dos(as) professores(as) dos estados do Ceará e do Rio de Janeiro pela manutenção de direitos, pela democratização da educação, pelo respeito aos(às) profissionais da área, por salários decentes e por condições dignas de trabalho. A educação precisa ser prioridade dos governos na prática e essa primazia passa pela valorização dos seus profissionais, que devem ser tratados com respeito e dignidade.