Atividade no Taguaparque comemora Dia Internacional da Mulher

IMG-20150308-WA0046Uma brincadeira de roda e outras atividades lúdicas, com distribuição da cartilha sobre a Lei Maria da Penha e das revistas Sinpro Mulher e Mátria, marcaram as comemorações do Dia Internacional da Mulher do Sindicato dos(as) Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF).
“O entendimento do Sinpro-DF é o de que o espaço das mulheres trabalhadoras da educação é muito além da sala de aula e da própria casa. Entendemos que o nosso espaço é na rua, na política. Nosso espaço é fazendo a transformação para essa justiça social que queremos”, disse Eliceuda Silva França, uma das diretoras da Secretaria de Assuntos e Políticas para as Mulheres do Sinpro-DF e secretária de Mulher da CUT Brasília.
“O espaço da mulher é onde ela quiser”, completou Vilmara Pereira do Carmo, uma das diretoras da Secretaria de Assuntos e Políticas para as Mulheres do Sinpro-DF. A atividade foi realizada no Taguarparque durante toda a manhã deste domingo (8/3).
“Foi uma gostosa manhã, que começou às 9h, com atividades de alongamento, distribuição de kits saúde, debate, ciranda, cultura popular e outras coisas”, informou. Estiveram presentes várias mulheres que passeavam no Taguaparque, a diretora da Secretaria de Raça e Sexualidade do Sinpro-DF, Delzair Amancio da Silva; a diretora da Secretaria de Formação Sindical, Fátima de Almeida Moraes; a diretora de Políticas Sociais, Iolanda Rodrigues Rocha; Maria da Graça Sousa, ex-secretária de Mulheres da CUT Brasília, funcionários e funcionárias do Sinpro-DF, várias artistas do Distrito Federal, entre outras.
O significado do 8 de Março
“O 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, para nós, é um dia de reflexão e de luta. Entendemos, enquanto mulheres trabalhadoras, que avançamos muito, que temos muitas coisas para comemorar, como a conquista do direito de votar e ser votadas; o direito de ficar com quem a gente quer; o direito de ter filhos ou não; o nosso direito de ocupar espaços, sobretudo, os espaços políticos”, disse Eliceuda.
Apesar das conquistas, ela alerta para os desafios e outras conquistas que ainda precisam ser superados para a consolidação e o empoderamento definitivo da mulher na sociedade. Um desses desafios é a conquista dos espaços públicos e dos de poder. Apesar da luta, as mulheres ainda têm os espaços reduzidos.
Os desafios e a organização das mulheres
“Nós mulheres precisamos nos organizar para ocupar os espaços nos quais a gente possa ter poder para a gente, juntamente com os homens, compartilhar e construir uma sociedade mais igual, com mais justiça social. O que nós queremos não é só ter o poder, queremos, sim, compartilhar esse poder e sermos respeitadas”, afirma Eliceuda.
Ela considera que o grande desafio das mulheres, hoje, especialmente nós, mulheres educadoras, é, na sala de aula, é desconstruir essa cultura machista. E nós, educadoras, reafirmamos isso porque somos nós que estamos ali ensinando, somos nós, muitas vezes, as mães e as professoras que formam e educam meninos e meninas para reafirmar a cultura machista, de o homem sempre ter a palavra final, o homem é quem decide. Está na hora de a gente fazer de fato essa revolução que passa pela modificação dos conteúdos veiculados pela mídia. Essa é uma tarefa muito grande.
Igualdade de gênero e a reforma política
No entendimento de Eliceuda, o passo que tem de ser dado para realizar esse projeto de igualdade de gênero passa, necessariamente, pela reforma política. “A despeito da exigência das cotas, a gente ainda tem uma participação minoritária. Precisamos atuar politicamente para garantir nossa presença nesses espaços de poder. Defendemos a lista de alternância de gênero e o financiamento dos partidos políticos da formação política das mulheres. Os partidos políticos têm de indicar mulheres para os cargos de poder não para cumprir uma cota, mas que as mulheres sejam indicadas pelo poder que elas exercem como lideranças nos seus múltiplos espaços”, afirma.
Ela explica que a defesa das mulheres da “Reforma política já!” é na perspectiva de que a reforma traga também o financiamento das campanhas porque, hoje, muitas mulheres fogem dessa responsabilidade uma vez que é muito caro ser candidata. “Tornou-se uma roda viva”, alerta.
Neliane lembra também que outro motivo de reflexão do 8 de Março é o tema da violência contra a mulher. A conquista da Lei Maria da Penha foi um passo importante para nós, mas, por si só, ela não vai resolver o problema. Precisamos que o Estado assuma de fato a responsabilidade para o enfrentamento a essa violência contra a mulher: violência física, patrimonial, moral. Precisamos ter, por parte do Estado, para desconstruir essa violência”, afirma
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