Sinpro-DF reafirma que volta às aulas presenciais só com trabalhadores da educação vacinados

O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) volta a afirmar que o retorno às aulas presenciais só é possível com a vacinação em massa dos profissionais da educação que atuam na rede pública de ensino da capital do País. “Mais uma vez precisamos reagir às declarações imprudentes e às atitudes inconsequentes do governo Ibaneis sobre a volta às aulas presenciais sem a vacinação da educação. Recebemos com preocupação e total desacordo o anúncio dele de que haverá retorno às aulas presenciais, independentemente, da vacinação”, afirma a diretoria colegiada.

 

“O anúncio feito pelo governador Ibaneis, na sexta-feira, 7 de maio, apontando para o retorno às aulas presenciais em junho e julho está na contramão da defesa da vida. O que precisamos é de agilidade na vacinação de toda a população do DF, lembrando que a educação está entre as prioridades para recebê-la e isso nem sequer se iniciou. Assim, não há a menor possibilidade de se definir retorno presencial sem antes os(as) trabalhadores(as) da educação estarem devidamente vacinados(as)”, observa Rosilene Corrêa, diretora.

 

Ela destaca que, nas reuniões de negociação entre o Sinpro-DF  e a Secretaria de Estado da Educação (SEE-DF) foi firmado o compromisso de que o Governo do Distrito Federal (GDF) iniciaria a vacinação pelas equipes gestoras das escolas, que estão, desde o início da pandemia, atuando presencialmente. “Esse processo não foi iniciado e, por isso, é objeto de insistentes cobranças nas mesas de negociação. O dado cruel de não ter concretizado o processo de vacinação nas equipes gestoras tem resultado em óbitos recorrentes de vários integrantes das direções das escolas. Nessa segunda-feira (10/5), por exemplo, perdemos mais uma vice-diretora para a doença”, diz.

 

Em várias notas e declarações que o Sinpro-DF enviou por solicitação da mídia audiovisual do DF, a entidade tem reafirmado, sucessivamente, que não há a menor chance de retorno presencial sem que as providências sanitárias, incansavelmente divulgadas pela ciência, sejam tomadas. “A primeira delas é a vacinação. Precisamos de atingir um nível de vacinação que ainda está muito distante do mínimo de segurança. Só poderemos sair da escola virtual para a escola presencial após a vacinação de todas as categorias que atuam na rede pública de ensino. Essa é a primeira providência”, declara Rosilene.

 

Cronograma

 

Quanto ao cronograma de vacinação da categoria docente anunciado pelo GDF, será um passo importante, desde que seja implantado. Contudo, é preciso salientar que essa medida deve vir aliada com a adoção dos procedimentos sanitários recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). É preciso que o governo adote todos os procedimentos salutares e todas as unidades escolares sejam ajustadas dentro dos protocolos científicos, médicos e sanitários para se pensar no retorno. As unidades escolares, em sua maioria esmagadora, não estão preparadas para receber quase meio milhão de estudantes.

 

A diretora afirma que é essencial pontuar também que não houve paralisação das atividades escolares, ainda que realizadas de modo remoto. Esse formato impôs aumento de trabalho e utilização de recursos próprios ao conjunto da carreira de magistério público, uma vez que, o governo Ibaneis não forneceu as condições materiais tecnológicas à categoria. Some-se a essa repetida inação do atual governo o número considerável de estudantes com um imenso nível de prejuízo por não terem tido acesso aos recursos tecnológicos básicos para participarem das aulas.

 

“O ideal é que, agora, o governo Ibaneis procure acelerar este ritmo tão lento que estamos vivendo no DF no processo de vacinação. A preocupação do governador deve ser buscar vacina. É preciso que toda a capital do País esteja vacinada. Aí sim, a vida das pessoas será restabelecida. Se o que ele está prevendo é que é até agosto, isso significa dizer que antes de agosto o DF não terá retorno presencial. Infelizmente, porque estamos dependendo dessas providências básicas para voltarmos. O que precisamos agora é que o GDF providencie e agilize vacinação para os(as) trabalhadores(as) da educação. E continuaremos na defesa da vacinação para toda a população”, finaliza.

MATÉRIA EM LIBRAS