Sinpro-DF lança 11ª edição do Concurso de Redação e Desenho

Em 2020, o Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) vai intensificar as denúncias e debater com a sociedade a criminalização da profissão professor(a) em curso no Brasil. Para isso, abriu o espaço pedagógico da 11ª edição do Concurso de Redação e Desenho, atividade que integra a campanha anual “Quem bate na escola maltrata muita gente”, para a discussão desse tipo de violência contra a educação.

“Com o(a) professor(a), o mundo acontece”. Esse é o tema do XI Concurso de Redação e Desenho do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) em 2020. As inscrições serão realizadas entre o dia 17 de fevereiro (próxima segunda-feira) e 27 de março. Na ocasião, o Sinpro-DF irá publicar matéria específica com o regulamento. O fato é que, com o tema deste ano, o sindicato pretende denunciar o discurso dos atuais governantes do Brasil e da mídia comercial que busca criminalizar o professor e sua profissão e, ao mesmo tempo, mostrar o valor da profissão professor(a).

“Defender a profissão professor(a), o salário e as condições de trabalho do magistério na rede pública de ensino é o primeiro passo para combater a privatização do direito fundamental à educação e assegurar que seja gratuita, de qualidade, emancipadora e libertadora, capaz de fazer acontecer a necessária, profunda e significativa transformação social, com justiça, e o desenvolvimento do nosso País como uma nação soberana”, afirma Rosilene Corrêa, coordenadora do Sinpro-DF.

Cláudio Antunes, coordenador de Imprensa do sindicato, explica que o tema foi escolhido porque os políticos que ocupam, hoje, os Poderes Executivos federal, distrital e de vários estados e municípios puseram em curso, nos últimos 5 anos, um projeto de privatização com sucateamento dos sistema público de educação e, para materializar isso, difunde por todos os meios uma falso debate na sociedade que criminaliza a profissão professor e desqualifica a educação gerida e oferecida pelo Estado como direito social. “Para combater esse discurso do ódio contra os serviços e servidores públicos e, mais ainda, barrar o avanço dessa criminalização e, ao mesmo tempo, valorizar a profissão, propomos à categoria trabalhar essa valorização com toda a comunidade escolar por meio do nosso concurso de redação e desenho”.

O Concurso de Redação e Desenho é o espaço pedagógico que o sindicato e os(as) professores(as) abrem para a comunidade escolar expressar suas diversas opiniões sobre os variados temas que deságuam na violência. Ele é a culminância da campanha anual do Sinpro-DF de combate à violência e em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade intitulada “Quem bate na escola maltrata muita gente”.

HISTÓRICO
Há centenas de motivos para os governos federal, estaduais, municipais e distrital defenderem a profissão professor e a escola pública. Contudo, não é isso que acontece no Brasil. Os governos dos últimos 5 anos retomaram o projeto de privatização da educação da época da ditadura militar, encaminhado no País pelos EUA por meio da USAID e, pelo Brasil, por intermédio dos generais do golpe militar de 1964. Na época, esse esquema era denominado Projeto MEC-USAID e foi muito combatido por professores(as), estudantes, por toda a comunidade escolar e instituições, como sindicatos, conselhos e outros órgãos representativos. Na época, governo e empresários implantaram algumas mudanças que desqualificaram e enfraqueceram a educação brasileira e recuraram. Mas os empresários estrangeiros e brasileiros do ramo da educação nunca desistiram dele.

Aperfeiçoaram suas estratégias e se ocuparam do poder. No anos 1980 e 90, o Brasil viveu um dos mais profundos desinvestimentos na Educação. A pior fase foi na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – o presidente que privatizou todas as grandes e lucrativas empresas públicas brasileiras. Desde então, a educação tem sofrido sistemáticos ataques. O principal deles são os sucessivos cortes de financiamento público. O último desses cortes foi a Emenda Constitucional 95 (EC95), de 2016, que congelou o investimento do dinheiro do Orçamento público do Brasil nos setores socais, sobretudo na educação, na saúde, na cultura, na previdência e na assistência sociais.

Esse projeto estadunidense de transformação da educação em mercadoria é também um velho projeto da Organização Mundial do Comércio (OMC). Sua retomada, em 2016, com o golpe de Estado, e seu prosseguimento com a eleição do capitão exonerado do Exército Jair Bolsonaro (Aliança pelo Brasil), iniciou uma fase agressiva de aprofundamento.

Os governantes de plantão utilizam vários mecanismos para materializar esse projeto, como, por exemplo, a militarização das escolas, a Lei da Mordaça, a adoção da educação bancária, um discurso na mídia e nas redes sociais e um conjunto de ações que enfraquecem ainda mais o currículo escolar, sucateiam as escolas, censuram obras literárias clássicas que estimulam o pensamento crítico, perseguem a liberdade de cátedra e, rapidamente, vão transformando a educação mercadoria privada.

 

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