Sinpro-DF abraça Outubro Rosa e alerta para o câncer de mama

“Quanto antes melhor – Todos contra o câncer de mama”. Esse é o tema do movimento de conscientização Outubro Rosa 2020, lançado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), para alertar mulheres e homens da importância de evitar o câncer de mama com exames preventivos. O Sinpro-DF, que todo ano adota uma iniciativa para atrair a categoria para a conscientização do Outubro Rosa e alertar sobre a necessidade da prevenção, lança, nesta sexta-feira (9), a campanha “O Sinpro abraça essa ideia”.

Além de envios de panfletos virtuais, o sindicato realizará um programa na TV Comunitária, em 15/10, Dia do(a) Professor(a), às 13h, sobre o tema. O programa conta com a participação de Thaís Romanelli Leite, diretora do Sinpro-DF, que apresentará o tema e, na sequência, Mariana Fiori, médica cirurgiã residente em mastologia pelo Hospital Universitário de Brasília (HUB), que falará sobre a prevenção; e, Luciane Kozicz, psicóloga, que dará um depoimento sobre o diagnóstico com uma fala sobre “o imaginário versus o real”.

“Todo ano a Secretaria para Assuntos de Saúde do Trabalhador do Sinpro-DF participa da campanha de conscientização. Mais da metade da nossa categoria é formada por mulheres e consideramos esta uma das mais importantes campanhas de proteção à saúde da professora e da orientadora educacional, muito embora os professores também sejam suscetíveis a esse tipo de câncer. Daí a campanha de prevenção ser destinada a elas e também a eles”, afirma Alberto Ribeiro, diretor do Sinpro-DF e coordenador da secretaria.

O câncer de mama é uma das maiores causas de mortalidade de mulheres. Dados do Ministério da Saúde indicam que uma em cada dez mulheres pode ter a doença. O ministério informa que, no Brasil e no mundo, o câncer de mama é o tipo mais comum entre mulheres, correspondendo a cerca de 25% dos casos novos da doença a cada ano. Esse percentual é de 29% entre as brasileiras.

Números e estatísticas
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, entre os anos de 2020 e 2022, haverá 66.280 novos casos. A publicação intitulada “Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil”, lançada no Dia Mundial do Câncer, em 4 de fevereiro, apresenta projeções para o triênio e mostra que, no Brasil, o câncer de mama e o de próstata estão em segundo lugar em incidência.

A publicação indica, ainda, que o câncer de pulmão é o mais incidente no mundo (2,1 milhões) seguido pelo câncer de mama (cerca de 2,1 milhões), cólon e reto (1,8 milhão) e próstata (1,3 milhão). O Atlas de Mortalidade por Câncer de 2018, por sua vez, dá conta de que, no Brasil, houve 17.763 mortes por câncer de mama naquele ano, sendo 17.572 de mulheres e, 189, de homens.

O câncer de mama também atinge os homens. Apesar do elevado número de mortes, o diagnóstico de um câncer não significa mais uma condenação à morte. Contudo, a cura só acontece se a pessoa se antecipar, fazendo exames da mama periodicamente, tiver uma atitude proativa e adotar a prevenção como regra de vida. Além disso, deve evitar os fatores de risco e estimular os fatores protetores. Dentre essas atitudes, destaca-se a necessidade de observação das alterações no organismo. O autoexame de toque, por exemplo, é importante, mas nada substitui a mamografia, que deve ser feita regularmente.

“O câncer não é um ponto final. Ao contrário, pode nos permitir a reinvenção de um novo caminho. Se apropriar do encantamento e abandonar os modelos existentes, prazeres dados. Se permitir ser um sujeito do advir e entrar em contato com o desejo. É pelo imprevisto que nos recriamos”, informa Luciane Kozicz.

O Ministério da Saúde informou que, durante esta pandemia do novo coronavírus, ainda em curso e em números elevados, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou uma queda de 84% nas mamografias feitas no Brasil em comparação com 2019. No início, a pandemia havia se tornado um impedimento à busca dos serviços públicos de saúde para prevenção, no entanto, não se pode vacilar. A morte por câncer também é uma realidade quase que epidemiológica que a pandemia da Covid-19 não pode obscurecer.

“Acho que colocamos em pauta um tema que tentamos negar: a morte. Muitas vezes estamos numa esteira de produção imaginária, vivendo de forma maquínica, engessados no sentir. Como se sobrecarregados, pudéssemos nos completar, acabar com a angústia. É um momento que nos coloca próximos do nosso verdadeiro eu, caem as máscaras das certezas. Somos obrigados a acolher o novo, trocá-lo pelo já pronto e dessa forma ter uma vida autêntica”, afirma Kozicz.

O que fazer para evitar a doença?
A Sociedade Brasileira de Mastologia e o Inca afirmam que não há uma causa única para o câncer de mama e recomenda mudança de hábitos para uma rotina saudável. Em nota, o Inca informa que a alimentação saudável, o fim do uso do tabaco e a redução do consumo de álcool estão entre medidas preventivas que podem evitar 28% de casos da doença.

“A prática de atividade física e de alimentação saudável, com manutenção do peso corporal adequado, estão associadas a menor risco de desenvolver câncer de mama: cerca de 30% dos casos podem ser evitados quando são adotados esses hábitos. A amamentação também é considerada um fator protetor”, informa o Inca.

O instituto adverte que “os principais sinais e sintomas da doença são caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou nas axilas”. Clique aqui para saber mais sobre sinais e sintomas. 

Alerta também para o fato de haver “diversos agentes estão relacionados ao desenvolvimento da doença entre as mulheres, tais como envelhecimento (quanto mais idade, maior o risco de ter a doença), fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher (idade da primeira menstruação, ter tido ou não filhos, ter ou não amamentado, idade em que entrou na menopausa), histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação ionizante”.

Dicas sobre hábitos ideais para uma rotina saudável

  1. Alimente-se bem e não fique muito tempo sem comer, ou seja, prefira comer de 3 em 3 horas, em pequenas quantidades, sempre priorizando os alimentos naturais e evitando os alimentos industrializados. Guia Alimentar para a População Brasileira 
  2. Evite o excesso de gorduras e carboidratos simples, como açúcar adicionado aos alimentos, doces, sucos de caixinha ou saquinho, refrigerantes, pão branco, macarrão, sempre preferindo as opções integrais.
  3. Procure ingerir proteínas de boa qualidade, principalmente frutas, legumes e verduras por serem fontes de vitaminas e minerais essenciais e ricas em fibras que ajudam na saciedade e no funcionamento adequado do intestino.
  4. Pratique exercícios físicos durante a semana. O ideal são 150 minutos de atividades físicas moderadas ou 75 minutos de atividades vigorosas divididas pelos dias da semana.
  5. Planeje o seu dia alimentar e tente segui-lo.

 

Breve histórico
O movimento Outubro Rosa é internacional e surgiu nos Estados Unidos da América (EUA) nos anos 1990. Iniciativas relacionadas ao câncer de mama e à mamografia eram realizadas, em vários estados daquele país, no mês de outubro. Posteriormente, com a aprovação do Congresso Nacional, o mês de outubro se tornou o mês nacional (estadunidense) de prevenção do câncer de mama.

O laço cor de rosa foi adotado, mundialmente, como símbolo da luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades no movimento de conscientização. Ele foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da 1ª Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990. Desde então essa corrida é promovida anualmente na cidade. (www.komen.org e www.pink-october.org)

A popularidade do Outubro Rosa se espalhou pelo mundo, motivando pessoas em todos os países a aderirem à causa. No Brasil, primeira iniciativa foi a iluminação em rosa do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista, mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo.