Sinpro declara apoio ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) declara seu apoio ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) por suas lutas históricas por justiça social rural e urbana e reforça, agora, todo esse apoio neste momento em que políticos de extrema direita, muitos dos quais com pendências na Justiça por grilagem de terras públicas, quilombolas e indígenas, usam uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e o dinheiro público para promoverem perseguições ao MST, um movimento social legítimo.

O Sinpro não se furta a denunciar o uso indevido de uma CPI e do próprio Congresso Nacional em benefício próprio pela bancada ruralista e outros empresários, muitos dos quais comprovadamente envolvidos em crimes ambientais e trabalhistas; outros, comprometidos com a Justiça por crimes administrativos, quando exerceram função pública; e, boa parte deles(as), com envolvimento em invasões de Terras Indígenas, grilagem de terras públicas e de pequenos proprietários rurais; também há outros suspeitos de associações criminosas com milícias urbanas, contrabando de todo tipo, armas, tráfico de drogas e de pessoas; e vários são implicados em garimpo, extração de madeiras e exploração de outras riquezas valiosas nacionais de forma ilegal em todo o território brasileiro.

Os deputados protagonistas da CPI do MST repetem o gesto da ditadura militar (1964-1985), quando os generais golpistas, apoiados e financiados por latifundiários e empresários nacionais e estrangeiros, usaram o Estado nacional para perseguirem as Ligas Camponesas e assassinarem lideranças rurais, indígenas, quilombolas, dentre centenas de outros. A CPI não tem lisura para suspeitar e perseguir o movimento legítimo de trabalhadores(as) rurais. Além disso, não há um recanto do Brasil em que esse grupo de políticos e seus financiadores não tenham causado algum grave estrago, prejuízo, destruição, desfalques e até mortes de pessoas, basta lembrar, dentre muitos ataques à população, o massacre de Eldorado dos Carajás, em 17 de abril de 1996, e outras tragédias. Na avaliação da diretoria do Sinpro, a CPI deveria ser para investigar a ação dessa bancada, eivada de suspeitas de crimes, no Poder Público e na apropriação indevida de riquezas do País.

Vale lembrar que o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), um dos principais protagonistas dessa CPI, foi considerado, mundialmente, como uma ameaça global quando exerceu o cargo de Ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro (PL) e é acusado de ser responsável pelo desmatamento recorde de todas as florestas e unidades de conservação do Brasil, pelo maior índice de incêndios florestais, de fazer aliança com madeireiros ilegais, de praticar o negacionismo climático, de desmonte da fiscalização, de aliança com garimpeiros ilegais, de desmonte do Ibama e do ICMBio, de extinção de unidades de conservação. Clique aqui e confira.

Na reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020, Salles alertou os ministros sobre o que considerava ser uma oportunidade trazida pela pandemia da Covid-19: para ele, o governo deveria aproveitar o momento em que o foco da sociedade e da mídia estava voltada para o novo coronavírus para mudar regras que poderiam ser questionadas na Justiça, conforme vídeo divulgado, na época, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.

Na reunião, ele disse: “Então pra isso precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de COVID e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas. De IPHAN, de ministério da Agricultura, de ministério de Meio Ambiente, de ministério disso, de ministério daquilo. Agora é hora de unir esforços pra dar de baciada a simplificação, é de regulatório que nós precisamos, em todos os aspectos.”

Clique aqui e relembre essa declaração do ex-ministro do Meio Ambiente e, hoje, deputado federal, inacreditavelmente eleito em 2022.

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