SINPRO 40 ANOS: Uma história de luta pela valorização do magistério e em defesa da educação pública de qualidade

Por : arlete sampaio

O Sindicato dos Professores no Distrito Federal, em 14 de março de 2019, completa 40 anos de lutas e conquistas para a categoria profissional dos professores, orientadores educacionais e especialistas da educação da rede pública de ensino.

O SINPRO se construiu no enfrentamento da Ditadura Militar que se instaurou no Brasil durante 21 anos. Neste período não havia liberdade de organização e expressão. Os sindicatos eram invadidos, passavam por intervenções e suas diretorias eram perseguidas, trabalhadores eram presos, torturados e até assassinados.

Foi nesse contexto que, em 1975, após 12 anos de silêncio e repressão às lutas dos trabalhadores, um coletivo de 38 professores criou a Associação de Professores do Distrito Federal (APDF), que recebeu o registro do Ministério do Trabalho apenas em 1978, sob o nome de Associação Profissional dos Professores do DF (APPDF). Em 14 de março de 1979, a APPDF recebeu carta do Ministério do Trabalho autorizando a denominação de Sindicato dos Professores no DF, de acordo com artigo 515 da CLT.

Desde a sua fundação como Sindicato dos Professores no DF, as diretorias e seus professores dialogam com os grandes temas nacionais e locais, tendo como eixo central a luta pela valorização do magistério e em defesa da escola pública de qualidade e para todos.  Foram inúmeras as conquistas nestes 40 anos, a partir de instrumentos próprios de organização como assembleias regionais e gerais, conselho de delegados sindicais, a realização de atos públicos, grandes passeatas, ocupações, acampamentos e greves, além de muitas conversas com pais e estudantes.

A história nos ensina que para o povo trabalhador ter seus direitos garantidos, só a luta persistente e a sólida organização produzem conquistas. Assim, cabe lembrar que, por meio de uma greve de 5 dias, em 1985, os professores conseguiram estabilidade no emprego a partir de um ano, 30 dias de licença amamentação e eleição de direta para diretores. Essa memória coletiva precisa ser resgatada na sociedade do esquecimento. Sabe-se que o ato de relembrar tece a ação, tem o potencial de construir pontes e de fortalecer relações que aproximam pessoas e sonhos, sobretudo em momentos de perda de direitos e de ascensão do ódio e das políticas de exclusão social.

Aos que, como eu, acompanham a luta do SINPRO/DF, sabem do compromisso dessa entidade com a consolidação da democracia e a conquista de direitos sociais. Após o golpe contra a Presidenta Dilma Rousseff, evidencia-se mais intensamente no país a imposição do neoliberalismo ortodoxo administrado pelos caciques da elite tradicional que investem impiedosamente contra a organização sindical e a luta por direitos.

Em meio aos ataques à liberdade de associação e à autodeterminação dos trabalhadores, empreendidos pelos governos federais desde 2016, como  a reforma trabalhista aprovada em 2017, que precariza ainda mais as já conturbadas relações de trabalho,  a proposta de reforma da previdência apresentada pelo Governo Bolsonaro, que projeta explorar ao limite o povo brasileiro, e, mais recentemente, a Medida Provisória n. 873/2019, que altera a cobrança das contribuições sindicais, são algumas das proposições políticas  que intencionam, entre outros malefícios, fragilizar e remover a resistência dos trabalhadores organizados desse país.

O objetivo dos poderosos é calar a resistência. No entanto, eles não sabem que os sindicatos forjados na determinação e teimosia da atuação em defesa da vida digna do povo brasileiro, como o SINPRO/DF, não se calarão e organizarão de maneira ainda mais forte e sólida a luta por direitos e dignidade.

Assim, quero homenagear o Sindicato dos Professores no Distrito Federal pelos seus 40 anos, parabenizando todas as suas diretorias, os militantes de base e os seus mais 36 mil filiados, pelo empenho e comprometimento com a ampliação e fortalecimento da organização de professores e orientadores educacionais.

Viva o SINPRO! Viva a luta incansável dos professores em defesa da VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO e da QUALIDADE DA ESCOLA PÚBLICA, condições essenciais para a garantia dos princípios fundamentais da soberania, do exercício da cidadania, do respeito à dignidade da pessoa humana e do pluralismo político, assegurados na Constituição “Cidadã” da República Federativa do Brasil!

*Arlete Sampaio é deputa distrital pelo Partido dos Trabalhadores (PT)