Sindicatos aderem ao FNDC e fortalecem luta por mídia democrática

Na mesma solenidade de lançamento do novo portal da CUT Brasília, a Central promoveu a filiação coletiva dos sindicatos CUTistas ao Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC) – seção DF.
A própria CUT Brasília, o Sindpd-DF, Stiu, Fitratelp, Sindicato dos Bancários, Sindser, Sindserco, Sindsepem-Val e Sindaero registraram a adesão, unindo-se aos já filiados Sinpro, Sindijus, Sindicato dos Jornalistas e Sinpaf. Inúmeros outros sindicatos estão em processo de filiação.
O FNDC busca, especialmente, a aprovação de Lei da Mídia Democrática, de iniciativa popular, visando regulamentar a Constituição em relação às rádios e televisões brasileiras. Entre outros objetivos do FNDC estão a adoção de um planejamento estratégico para a área das comunicações, com ampla participação de todos os setores da sociedade interessados, como condição para o alcance de objetivos nacionais, a construção democrática da vontade nacional, a afirmação da autonomia estratégica do país, assim como da cidadania e da dignidade humana.
O presidente da Central, Rodrigo Britto, destacou que o movimento sindical vive um momento relevante da luta pela democratização da comunicação, e que é necessário combater o monopólio e a manipulação da informação pelo setor empresarial.
“Infelizmente ainda existe o monopólio da grande mídia, que manipula as informações de acordo com os interesses da elite dominante do país. Pretendemos que todos tenham voz ativa. Por isso, convidamos as entidades filiadas à CUT a se integrarem ao FNDC, pois é nessa luta que garantiremos que todos tenham o direito expressar as suas opiniões sem filtros, garantindo a democratização nos meios de comunicação”, disse.
Seguindo esse raciocínio, a secretária de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Brasília, Talita Régia, enfatizou que “essa luta deve, sim, ser encampada pelo movimento sindical para que a gente tire esse monopólio da comunicação, com a mídia controlada por seis ou sete famílias”. Para Talita, eles [os grupos de mídia] apresentam o que eles querem, o que a população deve pensar. “Costumo dizer que a verdade tem três versões; a minha, a sua e a verdade de fato. E com esse monopólio acaba sendo apresentado apenas um lado da história, um lado da verdade. Por isso os sindicatos devem mostrar aos seus trabalhadores, que integram essa sociedade, a importância de ter acesso a informações diferenciadas, no sentido de que eles criem seu julgamento próprio”.
A secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, lembrou que a informação é questão central para desenvolver a cidadania. “Para nós da CUT, a democracia da comunicação é o direito ao acesso à informação, é trabalhar a informação como política pública, como um direito que o trabalhador deve exercer”.
Para o diretor de Relações Institucionais da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), José Carlos Torves, democratizar a comunicação é desconcentrar a mídia e ter uma regulação hoje no país. “A concentração cria um prejuízo especialmente para a classe trabalhadora e para os profissionais do jornalismo. Com as mídias concentradas, apenas as elites têm espaço para manifestar suas vontades”, disse.
Para chamar as entidades a integrarem o FNDC, o secretário de Comunicação da CUT Brasília, Marco Junio Duarte Nouzinho, que coordenou a mesa do ato de filiação coletiva ao FNDD, enfatizou que “precisamos mudar a mídia brasileira, trazê-la para as mãos da sociedade e não de meia dúzia de empresários que não nos representam”.