Sim! O coronavírus contamina e adoece crianças e adolescentes em idade escolar do DF

Mais de 3,2 mil crianças e adolescentes em idade escolar testaram positivo para o novo coronavírus no Distrito Federal. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde (SESDF) um dia após o governador Ibaneis Rocha (MDB) editar o Decreto nº 40.939/2020, que reabre geral todo o comércio, os serviços não essenciais e até as escolas públicas e privadas no decorrer do pico da pandemia.

O levantamento da SESDF, acessível pela plataforma virtual sobre covid-19 da secretaria, indica que a maior incidência do vírus ocorre na faixa etária entre 11 e 19 anos, com 1.251 jovens diagnosticados com a covid-19. Nas crianças com idades entre 2 e 10 anos, há 847 infectados e, os bebês, somam 256 casos. Desde o início da pandemia, duas crianças morreram por complicações causadas pela doença.

Ou seja, mesmo com os dados do próprio governo dizendo que a contaminação é alta e está em franco crescimento na cidade e que a taxa entre crianças e adolescente é elevada e também está em expansão, o governador Ibaneis insiste no Decreto nº 40.939/2020, com data prevista para reabertura de aulas presenciais para 27 de julho, nas escolas privadas; e para o dia 3 de agosto, nas escolas públicas.

O Distrito Federal inicia a tarde desta sexta-feira (3) com números galopantes da covid-19. Até às 13h, havia 57.437 infectados e 582 mortes. Os pais e mães de estudantes não querem expor seus filhos e filhas às decisões precipitadas do Governo do Distrito Federal (GDF) e nem a categoria do magistério público. A comunidade escolar está indignada com a decisão.

“O ápice da pandemia está previsto para ocorrer daqui a 10 dias. Não teremos controlado tudo isso até a data prevista. Como é que se pode pensar em colocar para circular, nas nossas escolas, meio milhão de pessoas em pleno ápice da pandemia?”, questionou Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro-DF, em matéria da imprensa local.

Ela declarou ao Metrópoles que, na avaliação da diretoria colegiada, o retorno das atividades é precipitado. “O momento é de recolhimento. Não tivemos organização nem para as aulas remotas, imagina para as aulas presenciais”, explica.  Rosilene afirmou ainda ser preciso criar uma comissão com representantes de todos os segmentos da comunidade escolar para que seja feito um “planejamento seguro de retorno”.

Importante destacar que, na matéria do Metrópoles, a Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa) afirma que o Governo do Distrito Federal (GDF) deve garantir aos pais, mães e responsáveis por estudantes o direito de optar por não mandar os filhos e filhas para a escola.

O Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares do DF (Sinproep) também se mostrou avesso à retomada. O único que se manifestou favorável foi o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe) – entidade que representa os donos das escolas particulares.

“A entidade, inclusive, propôs ao Executivo local um planejamento para retomada das atividades”. O Sinepe e empresários da educação privada do DF é um dos setores que, irresponsavelmente, têm pressionado o governo Ibaneis para abrir as escolas e serviços não essenciais em plena pandemia.

Com informações do Metrópoles