Sinpro-DF deflagra campanha 2020 de prevenção ao suicídio

O Sinpro-DF lançou, nessa segunda-feira (1º/9), a campanha 2020 contra o suicídio para a categoria do magistério. Confira ao final do texto os vídeos sobre o tema. Este ano, o sindicato esclarece que um dos motivos dos altos índices de suicídio no Brasil e no mundo é o preconceito e alerta para a necessidade de acolhimento e escuta.

“Esse assunto já foi um tabu muito maior, mas, apesar dos esclarecimentos da ciência, ainda encontra dificuldades na identificação de sinais, de oferta e de busca por ajuda justamente por causa dos preconceitos e da falta de informações. Portanto, acolha e escute”, aconselha Alberto de Oliveira Ribeiro, coordenador da Secretaria para Assuntos de Saúde do Trabalhador do Sinpro-DF.

Na classificação Organização Mundial de Saúde (OMS) – organismo que instituiu o 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e o mês dedicado a essa conscientização –, o Brasil está em oitavo lugar entre os países com o maior número de suicídio. É a segunda principal causa de mortes entre jovens com idade entre 15 e 29 anos.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), cujo número é o 192, informa que o atendimento relacionado ao suicídio cresceu 40% durante a pandemia. De acordo com a OMS, a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio em algum lugar do mundo. Isso significa que, em um ano, mais de 800 mil pessoas perdem a vida, todos os anos, dessa forma.

Os principais fatores de risco são a tentativa prévia de suicídio; uso abusivo de substâncias psicoativas; transtorno mental; históricos de violências, traumas, abusos físicos, negligência e abandono; dificuldade em processar perdas e em lidar com a impotência; doenças crônicas e terminais. A OMS informa que 79% dos suicídios no planeta ocorrem em países de baixa e média renda.

Luciane Kozicz, psicóloga do Sinpro-DF,  afirma que é importante todos(as) estarem atentos(as) aos sinais de alerta das pessoas com quem se convive. “É fundamental dar espaço para que elas falem sobre a própria dor. É muito difícil, num mundo de onipotentes, falar de fracassos, mas é fundamental dialogar. Falar sobre o suicídio é uma forma de desconstruir o tabu sobre o tema. Afinal, todos nós passamos por momentos ruins na vida e poder lidar com eles, saber que eles são menores do que o todo e que pendemos vencê-los, é um sinal de ajuda”, orienta.

Ela diz que é possível ajudar. “Como ajudar? Com diálogos com transparência, em locais que ofereçam privacidade, em tom acolhedor, sem nenhum tipo de preconceito e nem com interrupção na fala do outro. Demonstrar interesse. Evitar expressões que vão diminuir o como as pessoas se sentem, do tipo: “isso é bobagem”. Ou dar fórmulas: “procure a igreja”. E, por fim, tratar”, informa.

O Sinpro-DF oferece à categoria um serviço de psicologia que faz o acolhimento, diversos CAP no Distrito Federal e no Brasil inteiro. Alberto Ribeiro também alerta para o problema do homeschooling e cita esse tipo de abordagem da educação como mais um impedimento e mais um exemplo de como não prevenir o suicídio e outros problemas da criança e do adolescente, perceptíveis por profissionais capacitados, como os professores e os orientadores educacionais.

“O homeschooling ou unschooling, que querem implantar no DF, é, na verdade, um sistema de desescolarizaçao que pode piorar, dentre outras coisas, o número de suicídios porque é na escola que os professores e os orientadores educacionais, profissionais mais capacitadas para traçarem uma avaliação do comportamento da criança, detectam os sinais. Os pais estão emocionalmente envolvidos e fica difícil para eles assumirem essa tarefa. Estar fora da escola é um grande fator de risco porque os professores estão, no dia a dia, com os(as) estudantes e com o olhar profissional sobre eles(as)”, afirma o diretor.

SAIBA +
Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza, nacionalmente, o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano. A ABP informa que são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Alerta para o aumento do número de casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Confira, a seguir, curta e divulgue os vídeos da campanha do Sinpro-DF de prevenção ao suicídio. 

Episódio 1

Episódio 2
https://m.facebook.com/watch/?v=365119577755819&_rdr

Episódio 3
https://m.facebook.com/watch/?v=397680097588274&_rdr

Episódio 4
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