SERVIDORES REALIZAM DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA A REFORMA ADMINISTRATIVA, NESTA QUARTA (30)

Se por um lado governo federal e aliados correm para acelerar a tramitação da reforma administrativa, por outro as organizações que representam os servidores públicos ampliam a mobilização para barrar a proposta que torna direitos essenciais à vida coisa de rico. Resultado dessa reação, será realizado neste dia 30 de setembro, quarta-feira, o Dia Nacional de Luta contra a Reforma Administrativa, com ações diversas em todo Brasil.

Assim como o restante do país, o Distrito Federal está inserido na atividade. Aqui, as iniciativas estão sendo organizadas pelo conjunto das entidades sindicais representativas dos servidores públicos, com todos os cuidados necessários para não tornar ainda mais grave a situação de infecções e mortes pela Covid-19.

“Ter calma não significa não fazer a luta. Não podemos naturalizar a pandemia. No DF não há nada sob controle: de todo Brasil, somos quem tem a maior taxa de mortalidade pela Covid-19 a cada 100 mil pessoas. Lamentavelmente trabalhadores e trabalhadoras não puderam ficar em casa porque não houve Estado para ampará-los. Ao contrário, o governo aproveitou para incentivar a demissão. E não podemos deixar que isso crie um ambiente de normalidade e massifique a saída às ruas. Somos sim contra a reforma administrativa e faremos a luta. Aliás, nunca nos furtamos dela. Mas, para nós, a vida sempre estará em primeiro lugar”, afirma a diretora do Sinpro-DF Rosilene Corrêa.

Segundo ela, o Dia Nacional de Luta contra a Reforma Administrativa e todas as ações que ocorrerão no próximo período para barrar a proposta deverão “falar a língua do povo”. “Precisamos mostrar que a luta contra a reforma administrativa não é uma luta essencialmente dos servidores pela defesa de seus empregos e direitos, mas é uma luta pela garantia dos direitos da população. Estamos falando do acesso às escolas, aos hospitais, à justiça e a uma gama de outros serviços que poderão ser perdidos caso essa reforma seja aprovada. É claro que nós servidores públicos, tanto os atuais como os futuros, perderemos muito. Mas o estrago da reforma administrativa é muito maior e estrutural”, alerta.

Além do Dia Nacional de Luta contra a Reforma Administrativa, está na agenda nacional do funcionalismo outra ação, programada para o dia 28 de outubro: o Dia Nacional do “Eu Luto Pelos Serviços Públicos”. A construção e a deflagração de uma greve geral do serviço público também está em amplo debate.

A reforma administrativa foi entregue pelo governo federal ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no dia 3 de setembro. Entre os pontos apresentados, escritos na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, estão a extinção de órgãos públicos; a prioridade dos serviços privados e a subsidiariedade dos serviços públicos; a contratação temporária desenfreada; o fim da estabilidade e a consequente abertura para o fisiologismo.

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