Servidores da Novacap completam duas semanas em greve

Greve na Novacap completa 14 dias e servidores decidem em assembleia que seguirão parados e lutando para assegurar direitos. A adesão no setor operacional chegou a 100% dos trabalhadores, enquanto no administrativo 70% deixaram de lado suas mesas para endossar o pedido de reposição inflacionária de 9,9%. Na falta de negociação com os patrões (Novacap e governo Rollemberg) o dissídio coletivo foi instaurado e as reuniões de conciliação devem ser marcadas nos próximos diaspela Justiça do Trabalho.
Após tentativas de negociação entre representantes sindicais e da Novacap, assim como reunião com o próprio governador Rodrigo Rollemberg, os servidores não chegaram a lugar algum na negociação. O presidente do Sindser, o sindicato dos servidores do DF, André da Conceição informa: “Tivemos umas conversas [com a empresa], mas não avançaram, conversamos até com o governador, mas não avançou”.
Na impossibilidade de diálogo, o caminho adotado foi entrar com o dissídio e manter a greve. A indiferença do governo evidencia descaso e desrespeito com os servidores e a população, especialmente nesse período de chuvas e cheias. “Os trabalhadores da Novacap são essenciais para a desobstrução de bueiros, poda de árvores, corte de mato alto e operação tapa buracos. A não realização desses serviços causará grandes transtornos à população, afetando seu cotidiano e até colocando algumas situações de risco para o povo de Brasília”, alerta André da Conceição.
Contra o PDV
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) tem repetido o discurso de “corte de verba” e “crise. Nessa linha, implantou o Plano de Demissão Voluntária, para reduzir gastos com pessoal.
Na gestão anterior, do Governador Agnelo Queiroz, o PDV ofereceu ao servidor que aceitasse o acordo o pagamento de 100 parcelas de recompensa futura.
Já Rollemberg, oferece mínimas 25 parcelas, cada uma delas correspondente a 70% do salário. Isso significa um total de 2 anos e 1 mês de recebimentos futuros para quem aceitar esse acordo. Após esse período o ex-servidor fica dependente do INSS.
De acordo com o André da Conceição, “o PDV é muito ruim e chega a ser estelionato; o servidor vai abrir mão de uma parte significativa de sua renda”. Por isso, o Sindser orienta os servidores a não aderirem ao PDV.