Servidor público perde mais renda do que trabalhador do setor privado durante a pandemia

Uma análise realizada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) mostra que os(as) servidores(as) públicos(as) foram os(as) maiores prejudicados durante o período de pandemia da Covid-19. Segundo a pesquisa, organizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda média do(a) servidor(a) era de R$ 4.468 no trimestre de maio a julho de 2019. Três anos depois, no mesmo período, o rendimento real caiu 8,5%, ficando em R$ 4.086. Comparando com a iniciativa privada, a renda média deste trabalhador(a) diminuiu de R$ 2.421 para R$ 2.350, recuo de 2,9%, com exceção de trabalhadores(as) domésticos(as).

Este duro retrocesso sofrido pelo(a) servidor(a) público(a) teve início no golpe de 2016, quando Michel Temer usurpou o poder retirando a presidenta Dilma Rousseff da presidência da República. Em seu (des)governo, Temer aplicou um pacote de maldades que retirou direitos do(a) trabalhador(a), delapidando seu poder de compra. Dentre os projetos estão a reforma Trabalhista, reforma da Previdência, terceirização irrestrita e desmonte de programas sociais. Já no governo de Bolsonaro, os ataques continuaram e quem sentiu mais foi o(a) servidor(a) público(a).

Desde 28 de maio de 2020, os funcionários públicos, sejam eles da esfera federal, estadual ou municipal, amargam os impactos, prejuízos e inseguranças do congelamento de salários, decorrente da aprovação da Lei 173/2020. A lei da “granada” de Paulo Guedes congelou os direitos de servidores públicos, resultando em prejuízos a milhares de trabalhadores, que já estavam, ou completariam, o período aquisitivo para receber benefícios como o adicional por tempo de serviço, quinquênios, licenças-prêmio, entre vários outros.

Os funcionários públicos brasileiros estão sendo severamente atacados, tanto pela falta de valorização de um governo inerte, como pelo argumento disparado por Guedes e Bolsonaro de que os servidores públicos recebem grandes salários. Guedes sempre atacou o funcionalismo, principalmente na época em que a lei foi aprovada, e dizia que o congelamento dos salários era por falta de recursos financeiros. Segundo a Receita Federal, a arrecadação brasileira bateu recordes em 2021, com um montante no valor de R$ 1,87 trilhão, tornando o argumento do governo totalmente falso.

O Sinpro, que luta por uma educação pública de qualidade e pelos direitos dos(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais, sempre defendeu e continuará defendendo o funcionalismo público, na qual também fazemos parte. Somos o alicerce do Estado, carregamos a responsabilidade de levar os serviços básicos para a população, e por sermos o elo entre a administração pública e a população nas escolas, nos hospitais, na segurança pública, nas defensorias públicas e em todos os setores que prestam serviços ao povo.

Merecemos respeito e valorização!