Sequestro e morte de liderança do MST no Paraná é ação típica das piores ditaduras e precisa ser urgentemente investigado

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O último final de semana registrou o assassinato de Ênio Pasqualin, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) do Paraná, morto a tiros no município de Rio Bonito do Iguaçu/PR, onde vivia com a família no assentamento Irene Alves dos Santos. Sequestrado em casa ainda no sábado à noite (24/10), seu corpo foi encontrado no dia seguinte com sinais claros de execução.

Aos 48 anos, o Brasil perde mais um bravo e aguerrido lutador do povo, se somando às muitas mortes de lideranças políticas que diuturnamente ocorrem em nosso país. O que mais chamou a atenção foi o modus operandi da morte: sequestrado em casa para depois ser executado é procedimento usual das bárbaras mortes e assassinatos que ocorriam na ditadura militar que assolou o país no período de 1964 a 1985.

É urgente a investigação, a prisão e a punição dos envolvidos nesse crime bárbaro. E essa tarefa é fundamental que se dê a partir do envolvimento não só do Governo do Estado do Paraná, mas de outras esferas e instâncias federativas, com a participação de grupos de direitos humanos, do Ministério Público e até do Governo Federal.

Os/as educadores/as de todo o país se solidarizam com os familiares desse grande lutador social e cobram a solução desse crime. Prestamos também nossa mais irrestrita solidariedade aos/às companheiros/as do MST que, consternados/as como todos os/as brasileiros/as, não se intimidarão da luta contra o ambiente crescente de fascismo que toma conta de nosso país. Se a democracia e a defesa dos direitos humanos estão atualmente convalescentes no Brasil, nossa luta seguirá pelo restabelecimento imediato de suas condições.

Brasília, 26 de outubro de 2020

Direção Executiva da CNTE