Sem terra protestam em rodovias e acampam no Buriti

No início da manhã desta segunda-feira (23), integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade – FNL bloquearam temporariamente, como forma de protesto, pelo menos quatro rodovias de grande circulação que ligam cidades do entorno ao Distrito Federal. No início da tarde, cerca de 300 manifestantes instalaram acampamento em frente ao Palácio do Buriti, sede do Executivo local.
De acordo com o integrante do FNL, José Rainha, mais de 2 mil manifestantes participaram dos atos desta segunda-feira (23). Eles protestaram desta forma contra a desocupação, com uso de força policial, do acampamento Rosa de Luxemburgo, na divisa da Ponte Alta com Santo Antonio do Descoberto, na última quinta-feira. Estavam acampados cerca de 10 mil famílias de trabalhadores sem terra. O GDF promoveu a desocupação apesar de ter acertado não realizar a reintegração de posse até o dia 24 em reunião de representantes do governo com lideranças da FNL e da CUT.
Rainha explica que, entre os pontos reivindicados pelos trabalhadores sem terra estão a inserção de 10 mil nomes no programa habitacional Minha Casa Minha Vida, implementação de Reforma Agrária, abertura da CPI da Grilagem, na Câmara Legislativa, correição dos cartórios que emitem documentos de liberação de terra para grileiros.
“Já apuramos e soubemos que a Terracap [Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal] tem 230 mil hectares em sua posse. Queremos saber quantas famílias serão assentadas neste espaço”, questiona Rainha.
Os manifestantes pedem ainda uma reunião com o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, para discutir a pauta de reivindicação. Até o fechamento desta matéria, o grupo não havia sido recebido.