Sem terra bloqueiam rodovias em solidariedade aos servidores

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Os trabalhadores sem terra realizaram manifestação em três rodovias em apoio ao movimento dos servidores do GDF, especialmente aos professores, que estão em greve contra calote e tarifaço do governo Rollemberg. Integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), os sem terra bloquearam com faixas, galhos e pneus, de 6h às 7h da manhã desta segunda (9), as rodovias BR-060, próximo à Embrapa de Samambaia, BR 40, junto ao viaduto do Catetinho, e BR 020, a saída de Sobradinho.
IMG-20151109-WA0032Os manifestantes exigem que o governo Rollemberg cumpra a lei que garante desde setembro reajustes salariais aos servidores e respeite o funcionalismo, cujo movimento vem sendo criminalizado e judicializado pelo GDF. Além da defesa dos serviços públicos, reivindicam também a aceleração de programas de reforma agrária no DF, com assentamentos e moradia popular.
Dirigente da FNL, Petra Magalhães, explica que as manifestações são um repúdio aos ataques do GDF e da Polícia Militar. “É um absurdo os trabalhadores irem as ruas reivindicarem seus direitos e serem tratados pela Polícia como marginais. É inadmissível também, que um governo que representa o povo seja caloteiro. O governo não cumpriu sua palavra com os servidores, da mesma forma que não cumpriu com a gente em relação à agilização de medidas pela reforma agrária”, avaliou.
IMG-20151109-WA0029No mesmo dia em que se comemorou o Dia do Servidor Público, 28 de outubro, os professores do DF, em greve há quase um mês, foram agredidos pela Polícia Militar do DF enquanto protestavam pacificamente contra o calote do GDF no Eixão Sul. No episódio, quatro professores e três rodoviários que apoiavam os educadores foram agredidos e presos. Inclusive, a professora e vice presidente da CUT Brasília, Magnete Barbosa Guimarães, teve o nariz machucado por um policial.
Petra também ressalta que as manifestações são também para conscientizar a população sobre a importância da solidariedade de classe. “Se todos os trabalhadores se unirem, independentemente de categoria ou movimento, seremos mais fortes e capazes de alcançar nossos objetivos pela melhoria de vida. Não queremos atrapalhar a vida de ninguém, mas essa é a única forma de o governo ouvir nossas reivindicações. Juntos nós somos mais fortes”, ressaltou a dirigente.
IMG-20151109-WA0031Após as manifestações nas rodovias, os trabalhadores sem terra ligados à FNL, juntos com integrantes do Movimento Brasileiro de Trabalhadores Sem Teto (MBST) e do Movimento dos Trabalhadores Desempegados (MTD), seguiram para o Ministério das Cidades, onde ocuparam a entrada e o saguão, durante o restante da manhã, para revindicar o cumprimento de promessas de agilização de programas de assentamento rural e de habitação. Esses movimentos representam mais de 5 mil famílias que estão acampadas nos arredores de Brasília lutando por terras, investimentos agrícolas, moradia e condições de trabalho no DF.