Sem terra acampam na Esplanada e se unem a indígenas e quilombolas

Trabalhadores rurais sem terra da Frente Nacional de Luta (FNL) realizaram marcha de cinco dias entre Planaltina e Brasília e acamparam nesta segunda-feira em frente ao Congresso Nacional. O objetivo é discutir a Reforma Agrária e a demarcação de terras indígenas e quilombolas e apresentar suas reivindicações aos parlamentares e ao governo.
Na madrugada desta terça-feira (14), indígenas e quilombolas vão somar-se às manifestações dos sem terra e participarão do acampamento da FNL em frente ao Congresso Nacional.
Para tornar visível a luta pela justa distribuição de terras, os militantes estão em caminhada desde o dia 9. Na manhã desta segunda, saíram do estacionamento do ginásio Nilson Nelson e desceram em passeata pelo Eixo Monumental até o gramado do Congresso Nacional.
Representantes da FNL fizeram reuniões nessa segunda-feira à tarde nos Ministérios do Desenvolvimento Social e do Planejamento, onde apresentaram suas reivindicações. Os sem terra têm encontros solicitados para os próximos dias em mais alguns ministérios.
“Já temos planejada uma reunião com o Ministério da Educação e estamos agendando outra com Ministério do Desenvolvimento Agrário, ambas nesta terça-feira (14). Na quarta-feira (15) às 10h seremos recebidos no Ministério da Ciência e Tecnologia. Além disso, estamos aguardando duas audiências importantes amanhã, quando tentaremos nos reunir com o presidente da Câmara e com o ministro das Cidades”, afirma o líder da FNL, José Rainha.
“Na área do Planejamento, nós estamos discutindo recursos e pedindo auditoria da dívida pública. Além disso, estamos ao lado dos servidores do Incra, aumentando a manifestação dos mesmos em prol de reajuste salarial. Como sempre, ouvimos as mesmas respostas do governo, que afirma estar em dificuldades financeiras, mas se compromete a dar uma resposta sobre as pautas revindicadas”, acrescenta Rainha.
Segundo os representantes da FNL, o movimento inaugura uma nova página de sua história com a realização dessa jornada. “Estamos em Brasília em um movimento ordeiro, organizado com quilombolas, índios e sindicalistas. É a primeira vez que o movimento acampa na Esplanada. Parabenizo a CUT Brasília, pelo compromisso, companheirismo e solidariedade de classe. Essa é a grande importância da FNL, mostrar ao Brasil que no campo tem um movimento que luta pela reforma agrária e pela construção de uma sociedade justa, unindo trabalhadores rurais e urbanos”, conclui o líder da FNL.