Sem nova proposta, patrões negam repor perdas aos jornalistas
A nova reunião de negociação da Convenção Coletiva de Trabalho dos Jornalistas do DF 2015/2016, realizada em 13/5 terminou com saldo preocupante. As empresas não apresentaram nova proposta e ainda disseram que não haverá acordo se for para garantir aumento salarial equivalente ao INPC (8,42%).
A última proposta da categoria aprovada na assembleia de 8 de maio foi protocolada na segunda-feira, 11/5. Foram feitas duas alterações: o reajuste saiu de 5% para 4% mais o índice do INPC e o adicional de horas-extras foi de 100% para 90% (confira a proposta completa abaixo).
Os patrões colocaram que estão dispostos a abrir mão da retroatividade e da proposta de pagamento proporcional para quem foi admitido após 1o de abril de 2014. Segundo esta cláusula, só receberiam a integralidade do reajuste e demais benefícios quem já estivesse na empresa antes dessa data. Por outro lado, disseram ser impossível retirar da mesa o reajuste parcelado e o aumento salarial abaixo da inflação.
Os diretores do Sindicato dos Jornalistas do DF argumentaram que a retirada de parte do pacote de maldades era importante, mas resolveria somente a metade dos problemas. “A retirada dos direitos é um dos pontos cruciais que a categoria está batendo, mas outra questão fundamental é o assegurar pelo menos a reposição das perdas. Nem a diretoria do SJPDF nem a categoria estão dispostas a abrir mão desse reajuste, porque isso significa na prática diminuir o poder de compra dos trabalhadores”, afirma Jonas Valente, coordenador-geral do SJPDF.
Outra justificativa apresentada pelo sindicato patronal em relação ao reajuste foi o argumento de que a o uso da inflação como referência para o reajuste não pode ser algo obrigatório. “Para nós essa posição é contraditória, visto que em anos anteriores eles se recusaram a dar qualquer percentual acima da inflação. A alegação da indexação salarial não pode ser usada apenas quando o reajuste for para ser abaixo da inflação e não acima dela”, pondera Wanderlei Pozzembom, coordenador-geral do SJPDF.
Sem nova proposta
As empresas alegaram que não trouxeram nova proposta porque pretendiam fazer um “exercício” de algo que pudesse ser comum e fechar o acordo. Quando questionados, reafirmaram que a proposta patronal válida na mesa é a anteriormente entregue. Os representantes do SJPDF recolocaram a sua disposição para avançar, mas criticaram o discurso de que o “exercício” e o acordo só valem se for para chegar nas condições oferecidas pelas empresas. Eles lembraram que mesmo com uma pauta patronal muito ruim, a assembleia aprovou ajustes no sentido de tentar avançar na negociação.
As empresas reafirmaram que não seria possível levar algo além do reajuste de 6% parcelado. Elas chegaram a colocar a suspensão das negociações, mas depois propuseram que fosse marcada uma nova reunião para continuar o debate.