Acampamento na Praça do Buriti pode se tornar greve geral caso GDF não pague

Este domingo (11) foi mais um dia de longa espera e concentração na Praça do Buriti. Cansados de esperar o Governo do Distrito Federal (GDF) prometer, desde dezembro, e não creditar o salário, o 13º, as férias, as rescisões contratuais e outros direitos trabalhistas em suas contas correntes, professores e professoras efetivos(as) e temporários(as) se uniram a outros(as) servidores e servidoras públicos(as) e desde sexta-feira (9/1) estão acampados(as) em frente ao Palácio do Buriti para mostrar que estão ali, esperando, mas prontos para deflagrar um movimento mais forte pelo seu salário, como uma greve geral.
Para qualquer trabalhador(a) que recebeu o último salário em novembro de 2014, a espera pelo tempo do governo é uma tortura psicológica e um rombo financeiro. O jogo político não deveria afetar o único meio de se pagar comida, moradia, remédios e outras necessidades básicas. O governo não entrega a eles e elas seu único meio de sobrevivência. Só no setor de Educação, são mais de 50 mil pessoas esperando e, geralmente, endividadas por causa do atraso. Todavia, no Distrito Federal, parece que salário se tornou objeto de barganha política.
É por isso que a Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF) convocou os sindicatos e as categorias do GDF e organizou o acampamento desde a última sexta-feira. O movimento poderá crescer ou se extinguir. Tudo depende das próximas ações do governador Rodrigo Rollemberg. Se ele cumprir o prometido, as mobilizações se encerram no dia 16 de janeiro. Se não, o movimento tende a intensificar.
Quem afirma isso é Rodrigo Brito, presidente da CUT-Brasília. Ele informa que o acampamento foi uma deliberação da plenária da Central, ocorrida na quarta-feira (7), na qual foram definidas outras ações. O acampamento tende a permanecer até as categorias terem uma solução para o pagamento de todas as pendências relacionadas a todos(as) trabalhadores(as) do GDF.
“Alguns avanços aconteceram na semana passada. Parte do pagamento dos(as) trabalhadores(as) do Asseio, Conservação e Vigilância já foi feita por intermédio do Ministério Público do Trabalho (MPT). Houve um acordo por meio do qual essa categoria vai receber todos os direitos: salários, férias, 13º, tíquete alimentação e vale transporte nesta semana, até o dia 15”, diz o dirigente da CUT-Brasília.
Ele informa que na área da Limpeza Urbana há uma pendência de salário, mas há um compromisso do GDF de pagá-la nesta segunda-feira (12). “O GDF assumiu o compromisso de pagar todas as pendências até amanhã. Pagou metade na sexta-feira (9). Mas a categoria está em estado de greve porque se não pagar, terça-feira vai paralisar as atividades”, informa o presidente da Central.
No caso da Saúde e da Educação, o GDF pagou o salário dos(as) servidores(as) da Saúde, mas alegou não ter recursos financeiros para pagar os demais direitos. Para a Educação, o GDF apenas prometeu pagar o salário de dezembro no dia 14 de janeiro sem o pagamento das outras verbas. “Assim, a única alternativa que nos resta é continuar os movimentos e iniciar atividades que busquem dialogar com a população a fim de esclarecer a situação precária e preocupante que estamos enfrentando, sobretudo, na Educação: o não-pagamento de todos os direitos e também uma alteração arbitrária do calendário escolar”, declara.
Brito afirma ainda que o entendimento dos dirigentes da Central é o de que “o salário e as demais verbas que compõem direitos trabalhistas são sagradas, assim, independentemente da linha política do governo de plantão, avaliamos como lamentável qualquer negligência com esses direitos. Vale repúdio de nossa parte contra o GDF. Tanto quem esteve no governo no ano passado como quem está agora merecem receber nosso repúdio porque entendemos que há mecanismos sim para buscar uma solução”, assegura o presidente da CUT-Brasília.