Rollemberg perde ação contra o Sinpro: E agora, Rodrigo?
O GDF não pode mais impedir a veiculação da campanha “E agora, Rodrigo?” seja nas TVs, em outdoors ou em qualquer outra mídia. A desembargadora Carmelita Brasil, do Tribunal Regional Eleitoral do DF, julgou extinta e mandou arquivar ação em que o Partido Socialista Brasileiro (PSB), de Rodrigo Rollemberg, tentava barrar a campanha alegando que o objetivo do sindicato era realizar propaganda eleitoral antecipada negativa do atual governador do Distrito Federal e a favor de “potenciais pré-candidatos ao Governo do Distrito Federal”. A decisão foi proferida na noite dessa quarta-feira (21/2).
Carmelita Brasil extinguiu o processo principalmente com base nos seguintes fatos: nenhum diretor do Sinpro é candidato; e nem Rollemberg é candidato, ainda. Portanto, os panfletos e inserções não podem ser caracterizados como propaganda eleitoral. São, na verdade, críticas à gestão do governador.
“O Sinpro levanta estas questões porque os professores estão na ponta. São eles que convivem diretamente com essa dura realidade, juntamente com estudantes e suas famílias. A intenção das nossas campanhas é mostrar as mazelas pelas quais todos estamos passando para provocar o debate; para fazer com que o GDF se mexa e apresente soluções. Infelizmente, a solução que recebemos de Rollemberg foi mais uma tentativa de censura”, enfatiza o coordenador de Imprensa do Sinpro, Cláudio Antunes.
“Se uma parcela da sociedade não concorda com as medidas de um governo, ela tem todo o direito de não só discordar, como abertamente criticar e exigir mudanças. É uma crítica que faz parte da democracia”, complementa Rosilene Corrêa, coordenadora de Finanças do Sindicato.
Campanha – A campanha “E agora, Rodrigo?” faz uma alusão ao poema “E agora, José?”, de Carlos Drummond de Andrade, no qual o poeta ilustra o sentimento de solidão e abandono do indivíduo na cidade grande, a sua falta de esperança e a sensação de que está perdido na vida, sem saber que caminho tomar.
O “E agora, Rodrigo?” foi a forma encontrado pelo sindicato para criticar como o GDF vinha enfatizando suas realizações na campanha “Brasília está no rumo certo”, a um custo de milhares de reais dos cofres públicos. O Sinpro discorda desta posição pois, ao contrário do tenta fazer crer, Rollemberg não cumpre o que determina a legislação. Os professores não receberam reajuste salarial; não receberam o reajuste do auxílio-alimentação; o governo tenta de todas formas impedir que a categoria continue progredindo na carreira a fim de conter gastos. Ainda no caso da Educação, ao invés de construir escolas, quebram-se laboratórios para servir como sala de aula ou transportam-se estudantes de um lado para outro da cidade para assistirem às aulas. Não nomeia professores e orientadores educacionais concursados na quantidade necessária que a rede de ensino precisa. Não respeita o pagamento da pecúnia aos aposentados da categoria.
Isso sem falar que a própria cidade está sendo penalizada com serviços públicos que vêm se deteriorando.
Outros exemplos da má gestão de Rollemberg não faltam: não há médicos suficientes na rede pública; pediatrias nas UPAs são fechadas; as passagens de ônibus aumentaram 66% sem a devida contrapartida; houve a terceirização do Hospital de Base. É um governo desastroso e que tenta, na televisão, passar a ideia que “está no rumo certo”.
Por fim, a campanha “E agora, Rodrigo?” oportuniza ao cidadão brasiliense poder expressar as suas necessidades e de discordar com a tese do GDF.
“O governo, inclusive, perdeu a oportunidade de fazer esse debate ao buscar nos tribunais a solução para os problemas, ou seja, tentando escondê-los e calar o Sindicato”, destaca Cláudio Antunes.
Leia a decisão do TRE