Rollemberg apela para "caos" para aprovar PLC do Espanto no dia 19

Qualquer governo deve ser analisado pelas atitudes e opções feitas ao longo do tempo. Após quase três anos de mandato, o que se vê do governo Rollemberg é um festival de má gestão e a tentativa de punir os servidores públicos e a sociedade em geral pelo fracasso das políticas que queria implementar.
Ao não saber administrar minimamente os recursos (gasta milhões em propaganda para, em seguida, queixar-se da falta desses mesmos milhões, por exemplo), vai sucateando a oferta dos serviços públicos à população, adiando obras fundamentais – passando muito longe das promessas de campanha.
Nesses anos, a tábua de salvação do governo Rollemberg tem sido a utilização de recursos do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev). Rollemberg age como se o Iprev fosse uma empresa privada e, a partir do lucro, quer fazer o seu governo com esses recursos.
É preciso ficar claro que o Iprev tem um ‘dono’ direto, que é o trabalhador – que tem na sua composição salarial um desconto previdenciário, recolhido paralelamente com a parcela patronal, assim como acontece na iniciativa privada. Esse dinheiro é do trabalhador. Não é para livre uso do governo, como quer Rollemberg.
Porém, mais uma vez, Rollemberg quer fazer uso do Instituto para contornar a má gestão, agora com a reforma da Previdência, encaminhada a toque de caixa à Câmara Legislativa (CLDF).
Bem fez o Legislativo local, com o ingresso na Justiça e a consequente liminar que suspendeu a votação do projeto que reestrutura a previdência do Distrito Federal, pois se protegeu da tentativa do governo de atropelar as coisas e impor a vontade dele. Porém, o resultado é que os deputados Wasny de Roure e Ricardo Vale, autores do mandado de segurança que gerou a liminar, assim como outros distritais, estão sendo retaliados o tempo todo pelo governo.
Não satisfeito, Rollemberg agora apela para o “caos”. Num primeiro momento diz que “há a garantia, com a aprovação do projeto, de fazer a reestruturação da Previdência, com o pagamento das aposentadorias de todos os servidores públicos e funcionários ativos. Também existe a possibilidade de retornar ao dia 30 o pagamento dos integrantes da administração direta. Aos servidores que recebem do Fundo Constitucional, damos a garantia do repasse um pouco antes do quinto dia útil do mês. Prevemos o retorno do 13º junto com o salário para aniversariantes do mês; o pagamento em dia de horas extras da saúde; a antecipação de férias para os professores na primeira semana de janeiro; o repasse de parte das pecúnias referentes a 2016 dos servidores públicos; a remuneração em dia das empresas terceirizadas, e, portanto, dos terceirizados; e o pagamento dos fornecedores e prestadores de serviço”.
Logo em seguida vem a ameaça e a tentativa de impor o terror – que aliás é a lógica neoliberal: “ou se toma tal medida ou o ‘caos’ nos atingirá”. Diz Rollemberg: “Mas, se o projeto não for aprovado, há a certeza, por total impossibilidade de fazer os pagamentos, de atraso ou parcelamento de salário; de atrasos a empresas terceirizadas; e, também, a continuidade dos atrasos de pagamentos para fornecedores e prestadores de serviços, o que é muito ruim para a economia da cidade”. 
A pergunta que não quer calar: a responsabilidade por termos chegado a este ponto é de quem? Dos servidores públicos? Da população? Ou do próprio Rollemberg?
O fato é que o Palácio do Buriti aposta que o Supremo Tribunal Federal (STF) revogará, ainda nesta semana, a liminar que barrou o prosseguimento do PLC do Espanto. Mas, independentemente da data da decisão da ministra relatora, Cármen Lúcia, o projeto poderá ir a plenário na próxima terça-feira (19), conforme acordo firmado na reunião do colégio de líderes da Câmara Legislativa, na tarde de ontem (11/9).
Por isso mesmo, os(as) professores(as) devem permanecer em alerta e atentos a todas as convocações do Sindicato. Não é possível que o GDF, um poço sem fundo de má gestão, intimide e prejudique os servidores públicos desta forma – nunca vista antes na história do Distrito Federal.