Rodoviários de cooperativas negociam nesta semana antes de decidir greve
Ficou para quinta-feira (9) a próxima reunião de negociação entre o Sindicato dos Rodoviários e representantes das Cooperativas de ônibus e o GDF. Os trabalhadores reivindicam equiparação salarial com os rodoviários das empresas particulares de transporte público e benefícios iguais.
Se não houver avanços nas negociações com GDF e patrões, os trabalhadores que prestam serviço de motorista e cobradores nas cooperativas do Distrito Federal podem parar. Isso será decidido numa assembleia no próximo domingo (12), às 9h, em frente à sede do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal (no estacionamento do Conic).
Na última reunião de negociação, na sexta-feira (3), prazo máximo estabelecido para que os patrões negociassem sobre repasses contratuais com o governo, o GDF propôs um aumento da tarifa técnica (subsídio público por passageiro) de R$ 1,50 para R$ 2. Entretanto, os patrões não aceitaram alegando, que mesmo com esses valores reajustados, não conseguem atender a pauta dos trabalhadores. Como GDF e a Associação das Cooperativas de Transporte do DF ainda não chegaram a um acordo para repasse de sub´sidios , a reunião de negociação com o Sindicato foi adiada de terça-feira (7) para quinta (9).
A equiparação das condições de trabalho e salarial com o conjunto de rodoviários do DF já havia sido acertada desde o ano passado, mas o GDF não homologou a forma de tarifa das cooperativas. O GDF deveria converter para elas a mesma remuneração dos contratos aplicada para as empresas particulares de ônibus, a chamada tarifa técnica. Com a mudança de governo, porém, os acertos não avançaram e os trabalhadores, embora tenham ganhado, não levaram.
“Esse reajuste foi um acordo entre empresa e governo, ambos deram sua palavra, porém não cumpriram. E no final das contas quem sofre é o trabalhador com condições de trabalho precárias e ainda por cima com a desigualdade salarial. Os rodoviários do transporte coletivo e das cooperativas cumprem a mesma função, a desigualdade não é justa”, avalia o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Jorge Farias.
Tarifa Técnica
A tarifa técnica é o subsídio que a empresa recebe por pessoa transportada. Ela é dividida em duas partes: tarifa pública (o que é pago pelo passageiro) e subsídio (o que é pago pelo governo). Ou seja, se a empresa recebe um valor X por pessoa transportada e a passagem paga pela população é inferior, o governo deve completar o valor e repassar para a empresa. O cálculo desta tarifa é feita com base nos custos operacionais da empresa, divididos pelos passageiros que passam pela catraca. Os custos levados em consideração para realizar o cálculo, por exemplo, são os gastos com combustível, manutenção, impostos e lucro estipulado para a atividade.