Resistência da classe trabalhadora é combustível para Brasil mais justo

notice

 

A retomada dos programas sociais, da política de valorização do salário mínimo e de políticas públicas no Brasil são mostras de que os trabalhadores e as trabalhadoras devem ter orgulho de celebrar o 1º de maio. A análise foi um dos pontos centrais do ato político-cultural realizado pela CUT-DF neste Dia da Classe Trabalhadora.

“Hoje é dia de trazer as reivindicações para as ruas, mas também de valorizar as nossas conquistas. A classe trabalhadora mudou radicalmente o Brasil, resistiu aos períodos mais amargos da nossa história e arrancou direitos de governos e patrões, muitas vezes tendo como único recurso sua disposição de luta, mobilização e esperança”, afirmou o presidente da Central, Rodrigo Rodrigues.

Para a deputada federal Érika Kokay (PT-DF), os ataques vividos pela classe trabalhadora durante o governo Bolsonaro “foram traumáticos”, mas a classe trabalhadora teve a “valentia” de dar novos rumos ao país. “Estamos saindo de um período extremamente traumático onde o fascismo capturou o Estado. E nós fizemos com que esse período fosse derrotado em 2022”, afirmou, se referindo à eleição de Lula.

Embora os avanços, o trajeto para consolidar a democracia no Brasil, tornando-o um país mais justo, ainda é desafiador. Segundo o deputado distrital Gabriel Magno (PT), “ainda há muito o que fazer”. “Precisamos recuperar completamente o Sistema Único de Saúde, a educação pública, repensar agenda das cidades. Precisamos também dizer não à anistia para os golpistas. Democracia se constrói com direitos, mas também com justiça”, afirma. Para o parlamentar, o momento exige “organização da classe trabalhadora para ocupar as ruas”.

Foi a partir dessa organização que o avanço do fascismo foi brecado, segundo a dirigente da CUT, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e vice-presidenta do PT-DF, Rosilene Corrêa. “Precisamos parabenizar a CUT, a CNTE, o nosso partido e outros progressistas pela capacidade de organizar a classe trabalhadora. O sonho deles era o extermínio de todos os partidos políticos, a destruição total da democracia, a instalação do caos. Esse projeto não deu certo porque nossa gente foi à luta e impediu.”

 

Luta e festa

O ato político-cultural da CUT-DF neste Dia da Classe Trabalhadora reuniu sindicatos, movimentos sociais, partidos políticos e militantes de diversas frentes, no Eixão Sul. Além das falas políticas que direcionam os rumos da luta dos trabalhadores e das trabalhadoras, também teve samba no pé, outras atrações culturais e brincadeiras para as crianças. Quem quis, levou seu isoporzinho e aproveitou os sabores oferecidos pelos food trucks.

 

Marcha da Classe Trabalhadora a Brasília

As atividades do mês em que se celebra o Dia do Trabalhador continuam em 22 de maio, com a Marcha da Classe Trabalhadora a Brasília. A manifestação, que será na Esplanada dos Ministérios, reivindica um Brasil mais justo e democrático, e pressiona o governo federal a implementar uma agenda que promova pleno emprego, melhores salários, desenvolvimento econômico e social no país.

Para isso, é fundamental a revogação das medidas antitrabalhadores, como as reformas trabalhista e previdenciária e a lei da terceirização, aprovadas no governo Temer. Também é reivindicada a retirada da Reforma Administrativa, estancada pela ação do movimento sindical, mas ainda arrastada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL), que ameaça retomar o debate sobre a proposta.

A mobilização ainda traz outras pautas, como a regulamentação da Convenção 151, que garante o direito de negociação coletiva aos servidores, reestruturação de carreiras e realizações de concursos públicos, piso nacional da enfermagem e da educação e o fim da contribuição de aposentados à Previdência Social.

Veja mais fotos da atividade.

 

Escrito por: Marina Maria e Vanessa Galassi – FOTOGRAFIAS: MARCOS PAULO/MARACATU