Razões para propor 10% à Juventude

A CUT Brasília preparou uma série de materiais que explicam a importância da proposta de aplicação da política de cota para a juventude nas direções das CUTs Nacional e Estaduais, federações, confederações e sindicatos de base. A ideia foi aprovada pela maioria dos delegados na 14ª Plenária da CUT Brasília, realizada em maio deste ano, e se soma a uma série de propostas que a Central levará à Plenária Nacional da CUT, agendada para iniciar no dia 28 de julho.
“Defendemos que a direção da Central e das entidades que compõem a estrutura vertical da CUT sejam compostas por, no mínimo, 10% de jovens (menores de 35 anos). O mecanismo para corrigir a desproporcionalidade de representação nas direções seria temporário. O cumprimento da cota deverá acontecer no período das próximas quatro gestões, ao final do qual a política de cota para juventude será revista”, conta Douglas de Almeida Cunha, secretário da Juventude da CUT Brasília.
A proposta da CUT Brasília é respaldada por estudos sócio-políticos e econômicos e na prática sindical. Segundo a professora doutora do departamento de Psicologia Escolar e de Desenvolvimento da Universidade de Brasília – UnB, Maria Cláudia Oliveira, estabelecer o sistema de cota para a juventude pode ser um caminho para realizar mudanças sociais. “É preciso que a gente forme um corpo mais denso de jovens que podem ser mediadores de uma mudança de perspectiva. Neste sentido, o sistema de cota, sendo vigente com prazo de qualidade, pode ser um fator indutor de mudança de perspectiva do jovem em relação à comunidade onde ele está”, afirma a docente.
O professor de economia e presidente do Instituto Perseu Abramo, Márcio Pochmann, avalia que o sistema de cota pode aproximar dos sindicatos grupos marginalizados. “A cota termina fazendo com que o sindicato ou qualquer instituição se preocupe em como acolher segmento que são distantes. Não acredito que seja a solução. Mas a cota é um instrumento que aponta na perspectiva de os sindicatos se reconverterem em um espaço de mobilização dos mais jovens, das mulheres, dos negros e assim por diante”, considera.
Veja abaixo o Caderno de Propostas para a Juventude, elaborado pela CUT Brasília, e os vídeos desses pesquisadores e de dirigentes sindicais de várias partes do Brasil, que contam as experiências positivas de jovens nas direções sindicais e falam da importância da cota para o empoderamento deste segmento.
>> Caderno de Propostas para a Juventude

>> Assessor da Secretaria de Formação da CUT, Adriano Soares, fala sobre a importância da juventude nas direções sindicais.

>> A presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do DF, Amanda Corsino, afirma que a juventude tem vontade e disposição de luta, mas estão carentes formação política. Para ela, este é um papel que tem que ser feito pela CUT e sindicatos de base.

>> Daniela Masson, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia, defende que se deve “trazer juventude para dentro da CUT”. Para ela, os jovens são peças fundamentais para o movimento sindical.

>> Douglas de Almeida Cunha, secretário da Juventude da CUT Brasília, fala da importância das propostas aprovadas pela 14ª Plenária Estatutária realizada no DF para maior participação de jovens nas direções e para renovação e fortalecimento do movimento sindical.?

>> Elicarlos Rocha Evangelista, suplente da direção Executiva do Sindiserviços, sindicato que representa os trabalhadores terceirizados do DF, conta que sua participação na entidade sindical, enquanto jovem, colaborou com a aproximação da juventude ao Sindicato. Ele ainda afirma que o sistema de cota é um instrumento que pode trazer este segmento para dentro das entidades classistas.
>> Para Luana Araújo, secretária de Jovens da FETADFE, a participação de pessoas de 18 a 32 anos na direção da entidade é um grande avanço na criação de políticas públicas estruturantes para a juventude do campo.

>> Luiz Paulo, dirigente do Sindicato dos Vigilantes do DF, avalia que cota para juventude possibilita renovação do movimento sindical e possibilita avanço na luta de classe.

>> Magno Barbosa de Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Porto Velho — Sintracon-PV, acredita que cota para jovens é uma forma de envolver o grupo nas direções sindicais. Para ele, o jovem tem a capacidade de manter vivo o movimento sindical.

>> O professor do instituto de Economia da Unicamp e presidente do Instituto Perseu Abramo, Márcio Porchmann, fala sobre a juventude nos contextos do mercado de trabalho e da representação sindical. Ele ainda defende a política de cota como forma de corrigir a distorção de representação nas direções sindicais.

>> A professora doutora do departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento da Universidade de Brasília — UnB, Maria Cláudia de Oliveira, explica que o sistema de cotas é uma forma de corrigir desigualdades sociais no Brasil e pode servir como “fator indutor de uma mudança de perspectiva do jovem em relação à comunidade onde ele está”. Ela ainda aborda a questão da participação da juventude nos espaços de poder, representatividade e afirma que o jovem é um dos principais atores para transformação social.

>> A secretária nacional da Juventude Rural da CONTAG, Mazé Morais, fala sobre o Festival Regional da Juventude do Centro Oeste e enfatiza a importância da inclusão da cota da juventude nas entidades rurais.

>> Paulo Rodrigo, da Secretaria de Juventude da CUT Roraima, avalia que a cota para a juventude nas direções CUTistas fortalece a democracia no ambiente sindical. Ele defende que a CUT deve pressionar a promoção de políticas públicas para a juventude e investir no grupo.

>> O secretário de Juventude da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços – Contracs, Pedro Mamed Maciel, acredita que juventude deve estar inserida no movimento sindical e que a cota para este segmento garante a renovação nas entidades sindicais.

>> Presidente da CUT, Rodrigo Britto, avalia que cota para a juventude nas direções sindicais é uma ferramenta provisória para solucionar a ausência de diálogo e de políticas afirmativas para a juventude.

>> A secretária de Imprensa do Sindicato dos Bancários e coordenadora da Federação dos Bancários na Região Centro-Norte, Talita Régia, fala da experiência positiva da renovação do Sindicato, com a participação dos jovens. Ela acredita que “o movimento sindical precisa de jovens”

>> Wagner Willian Cardoso, do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Pará, acredita que é necessária a participação de mais jovens nas direções da CUT para a “renovação” do movimento classista.