Projeto enfoca gestão emocional e identidade étnico-racial

A baixa autoestima, a não aceitação das características étnicas-raciais, o sentimento de não pertencimento, como o desconhecimento da própria identidade pessoal, social e cultural impactam, de forma significativa, a autogestão dos sentimentos e emoções de estudantes de uma forma geral. Presente em um contexto étnico-racial diverso, a comunidade escolar apresenta pouca ou nenhuma representatividade cultural ou protagonista, fatores que comprometem a gestão emocional e a identidade de muitos(as) alunos(as). O projeto é anual e terá sua culminância no dia 19 de novembro.

Nesta perspectiva e com esta preocupação, a Escola Classe 26 de Ceilândia trabalha o projeto Conhecer-se – Gestão Emocional e Identidade Étnico-Racial com aproximadamente 420 alunos(as) da Educação Infantil e do 1º ao 5º ano. Crianças negras geralmente apresentam autoestima baixa e não se veem inseridas nas histórias que são contadas na escola, não conhecem a história dos seus antepassados africanos e não reconhecem sua identidade resultando, muitas vezes, em conflitos emocionais significativos que podem interferir na aprendizagem. Há a necessidade de se combater o racismo no ambiente escolar.

Para isso, é fundamental que as crianças conheçam, construam e valorizem sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. Assim, torna-se possível formar crianças autoconfiantes, orgulhosas de suas características físicas e de sua história e saudáveis emocionalmente, consequentemente estudantes motivados e abertos às aprendizagens.

Para alcançar os objetivos esperados, professores(as) adotaram várias estratégias: leitura de livros infantis e infanto-juvenis com preferência a escritores negros, destacando o protagonismo negro e suas emoções inseridas nas histórias; exibição de vídeo e histórias sobre personalidades negras que se destacaram nacionalmente e/ou internacionalmente; leitura de textos com os conceitos de raça e etnia, destacando a beleza da diversidade, o respeito e a aceitação; levantamento de questões sobre o racismo e a legislação pertinente à discriminação racial; apresentação de histórias e/ou filmes sobre o continente Africano e sua cultura, destacando a herança brasileira, dentre outros.

“Já é possível observar crianças mais autoconfiantes, capazes de identificar a cor de sua pele, que fortalecem e valorizam suas características ao se apropriarem da sua história, vivenciam uma educação antirracista. Estão em processo de reconhecimento e identificação de suas emoções, aprendendo a nomeá-las e gerenciá-las com mais consciência”, comemora Antônio Carlos Paz de Sousa, diretor da EC 26 de Ceilândia.

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