Professores e estudantes fazem abraço simbólico na EC 59 de Ceilândia
Um ato realizado durante a manhã desta quarta-feira (14) em frente à Escola Classe 59 de Ceilândia pediu do Governo do Distrito Federal uma solução para a reconstrução. Com risco de desabamento, a EC foi desocupada em janeiro de 2018 e os estudantes encaminhados para outro espaço, também provisório (atrás do Médio 4 de Ceilândia), local distante para a maioria deles(as).
Para exigir uma resposta para o impasse, professores(as), estudantes, comunidade escolar e a direção do Sinpro fizeram um abraço simbólico na escola.
Ao longo dos quase 30 anos de existência, a EC teve vários problemas. Foi inaugurada em setembro de 1989 para funcionar por apenas cinco anos, mas durante essas quase três décadas já teve problemas de vazamento de gás; de água da chuva infiltrando pela parte elétrica, luminárias e invadindo as salas; infestação de ratos; uma placa do teto caiu e quase acetou um estudante; as placas do teto cedendo e com a ferragem à mostra. O Ministério Público acionou o GDF em 2010, a escola foi interditada em janeiro de 2018 e até o momento nada de reconstrução.
Diante do impasse, um dos pontos prejudicados é a questão pedagógica, uma vez que os pais, por conta da distância, não vão à escola para as reuniões. Segundo o diretor do Sinpro Samuel Fernandes, a escola está completamente abandonada. “O governo fez promessas, mas até agora nada foi feito. Quando foi fechada em 2018, a promessa era de que até dezembro do mesmo ano as obras teriam iniciado. O atual governo já sabia do problema desde a época da transição, no início do ano o Sinpro cobrou novamente a reconstrução da escola e disseram que seria prioridade. O governo não dá prazo e quando dá, o prazo não é cumprido”, explica o diretor, complementando que a escola está sendo saqueada, além de pessoas estarem ocupando o espaço para dormir e usar entorpecente, inclusive correndo risco, já que o prédio foi condenado, podendo ocorrer um desabamento.
Durante o ato foi exigida a demolição imediata e reconstrução da escola. “Esta escola deve ser devolvida para a comunidade escolar de Ceilândia”, enfatiza Samuel Fernandes.
Escola Classe 52 de Taguatinga
Na última sexta-feira (9) o Sinpro, com a participação de representantes dos(as) professores(as) da Escola Classe 52 de Taguatinga e do diretor da regional de ensino, se reuniu com o secretário de Educação para tratar do impasse envolvendo a EC 52. O grupo exigiu que o governo alugue um espaço único para abrigar toda a escola e que inicie as obras de reconstrução imediatamente.
A escola foi fechada no segundo semestre desse ano por determinação judicial e foi determinado pela Justiça que enquanto as obras não tiverem início, tanto o secretário de Educação quanto o governador do DF pagarão uma multa de R$ 10 mil por dia, até chegar ao limite de R$ 500 mil. No início do semestre letivo a escola foi dividida, com os(as) estudantes e professores(as) sendo encaminhados para duas escolas (EC 45 de Taguatinga e CED 7 de Taguatinga).
Na reunião o secretario de Educação Rafael Parente se comprometeu em alugar um espaço adequado e único para abrigar toda a escola nos próximos dias, e garantiu que as obras iriam iniciar dentro do mês de agosto. A SEE ainda disse que a Novacap irá fazer a derrubada do antigo prédio e a terraplanagem já na próxima semana. Segundo o secretário, as obras serão entregues em dezembro de 2020.
O Sinpro vai aguardar o prazo estipulado pelo governo e esperamos que o GDF cumpra a promessa feita nesta reunião e que realmente até a próxima semana a Novacap faça este trabalho de demolição da antiga escola e a terraplanagem para que as obras de uma nova escola comecem efetivamente e deixem de ser mais uma promessa não cumprida pelo governo. “Esperamos que o governo também se comprometa com a reconstrução da Escola Classe 59 de Ceilândia, que está fechada há quase dois anos, com a reconstrução do CAIC do Gama, há mais de um ano fechado, e com a reforma do Médio 10 de Ceilândia, há quatro anos fechado”, ressalta o diretor do Sinpro Samuel Fernandes.