Professores decidem manter greve e saem em passeata pelo Centro do Rio

Após assembleia realizada em frente à Prefeitura do Rio, profissionais de educação das escolas municipais decidiram continuar a greve, inciada no dia 8 de agosto. O anúncio foi postado no site do sindicato da categoria, no início da tarde desta sexta-feira (23). Uma passeata interditou várias vias e complicou o trânsito no Centro do Rio por cerca de duas horas. Por volta das 16h30, o grupo chegou à Cinelândia, onde 10 mil pessoas se reuniram, segundo à PM, e 20 mil, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe). Uma comissão do Sepe se reuniu com o prefeito Eduardo Paes na sede da prefeitura por várias horas, até as 16h. A próxima assembleia do sindicato está marcada para segunda-feira (26), mas a data ainda é discutida pelo grupo.

De acordo com Susana Gutierrez, diretora do sindicato dos professores, uma comissão subiu por volta das 11h30 para tentar o acordo. Além do reajuste de 19%, os professores querem garantia de um terço da carga horária para atividades extracurriculares, que é garantida por lei, reforma nas unidades de creche, concurso público para professores e funcionários administrativos, entre outras reivindicações. O grupo também fez um minuto de silêncio pelas vítimas da Síria.
Por volta das 15h45, a audiência com o Prefeito terminou. De acordo com a assessoria de imprensa do Sepe-RJ, o prefeito concordou com o abono dos dias parados, com a proposta de plano de carreira unificado para professores e funcionários e propôs mais 8% no vencimento. Eduardo Paes e a Secretaria de Educação, juntos aos professores, devem discutir a reivindicação de valorização da formação e do tempo de serviço nas próximas assembleias e audiências. De acordo com a assessoria do sindicato, ficou decidido que o Sepe-RJ fará parte do grupo de trabalho que discute o plano de carreira dos professores.
A próxima assembleia da categoria está marcada para segunda-feira (26), às 10 horas, sem local definido. Também na segunda-feira (26), às 16h, acontece uma reunião do Grupo de Trabalho, para decisões a respeito do plano de carreira. O Sepe-RJ afirma que foi marcada uma reunião na Secretaria de Educação para discussão da pauta pedagógica, na terça-feira (25), às 10h30.
Na terça-feira (20), uma comissão de representantes dos professores se reuniu com o secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho. O encontro ocorreu durante mais uma manifestação que reuniu cerca de cinco mil pessoas em frente à sede da prefeitura, na Cidade Nova. Os representantes avançaram nas propostas, mas não houve consenso.
De acordo com a coordenadora do sindicato, Rosilene Almeida, o governo municipal ofereceu uma garantia dos planos de carreira com valorização por formação e por tempo de serviço caso a categoria desistisse do reajuste salarial de 19%. “Quando eles ofereceram o plano de carreira, eles colocaram a condição de que a greve acabasse. Ou é plano de carreira ou é ajuste salarial. E a gente falou que não aceita”, disse Rosilene.
Para Rosilene, a abertura do diálogo foi positiva mas o governo permanece afirmando que não há condições de oferecer aumento salarial. “O que ficou acertado foi a reabertura de negociação. A prefeitura tinha simplesmente fechado o diálogo com a categoria e hoje ele foi reaberto. Alguns pontos ainda podem ser acertados em próximas negociações, ainda não há nada de concreto. Apresentamos as pautas, eles vão fazer uma discussão e nos chamar para dar uma resposta”, completou.
De acordo com secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, o Sepe não quis um acordo. “A reunião não foi boa não. A cada reunião que se tem com o Sepe, há novas pautas. O que nos faz perceber que é um movimento simplesmente sindical e não da categoria. Parece uma pauta de greve pela greve e não de discussão de algo concreto. Nós oferecemos dialogar, mas não avançamos. Deixamos claro que a pauta do reajuste não há hipótese de se discutir quando se dedica energia ao plano de cargos e salários”, disse.
A Casa Civil informou que a adesão de professores e funcionários ao  movimento de paralisação na terça-feira foi de 17,5%. De acordo com o Sepe, 80% das escolas ficaram fechadas. O sindicato informou ainda que o ato público reuniu professores, funcionários, alunos e pais.
Com informações do Globo.com