Professora da SEE-DF ganha 1º lugar no Prêmio Professor Transformador 2022

Professora Celiana durante a premiação

 

O Projeto Desiderata – Coisas desejadas, de autoria da professora Celiana Mota Rodrigues, ganhou o primeiro lugar da edição 2022 do Prêmio Professor Transformador, promovido em parceria entre o Instituto Significare e a Bett Brasil. A iniciativa elegeu, no dia 11 de maio, os melhores projetos em quatro categorias: Educação Infantil, Ensino Fundamental 1 e 2 e Ensino Médio.

O projeto de Celiana, professora de inglês do Centro de Ensino Fundamental nº 16 de Ceilândia (CEF 16 de Ceilândia), foi o primeiro lugar na categoria Ensino Fundamental 2. Ao receber o prêmio, ela o dedicou às educadoras inspiradoras que encontrou na vida e aos estudantes que construíram o Projeto Desiderata, no CEF 16 de Ceilândia, voltado ao protagonismo juvenil.

“As professoras me fizeram enxergar a educação por outro ângulo. Já os estudantes são o coração do projeto e me fizeram sair da síndrome do domingo à noite”, brincou, referindo-se à gíria comum quando não se tem vontade de retomar o expediente na segunda-feira.

“Esse é o meu primeiro prêmio. O Projeto Desiderata foi premiado porque traz uma inovação pedagógica. Eles entendem que a gente tem de repassar para os estudantes algo além do conteúdo. Então, não é o que fazer na escola e sim como fazer. Como o meu fazer pedagógico vai trazer um diferencial. É promover uma transformação. Esse é um dos motivos pelos quais ele foi contemplado entre os finalistas”, explica Celiana.

 

Reconhecimento coletivo e realização pessoal

Para ela, a grande emoção de ser primeiro lugar é o valor-reconhecimento. “É a gente ser reconhecida por um projeto é maravilhoso porque a gente não tem a dimensão do quão grande é o que gente faz na escola. Acredito que em várias escolas públicas do Distrito Federal existam muitos projetos que também valham o primeiro lugar porque não sou só que que faço bons projetos na capital do País. Eu passei por muitas escolas, conheci muitos projetos maravilhosos e acho que o meu é um deles”.

Celiana diz que ela deseja que esse reconhecimento seja representado por todas as professoras e todos os professores que fazem projetos diferenciados em suas respectivas escolas. “Eu fui representar as professoras do DF e quando qualquer outra professora ganha um prêmio eu também me sinto representada”. Já no âmbito da realização pessoal, Celiana diz que a premiação lhe trouxe uma satisfação pessoal plena e o sentimento de orgulho de trabalho bem feito.

“A ideia é esta: é você dar o melhor de si na escola, é ser modelo de positividade, perseverança, resistência e dar o melhor de si em cada momento, cada atividade, cada fala, na presença. É fazer com amor e carinho o que vai fazer com os(as) estudantes. Pessoalmente, sinto-me muito realizada porque gosto muito do que eu faço. Como dizem meus colegas da escola, estou colhendo o que eu plantei porque o quando a gente planta com amor não tem como a gente colher bons frutos. Minha alegria é imensa. Estou nas nuvens. Este é o meu primeiro prêmio”, declara.

 Valor pedagógico

A professora explica que o maior valor pedagógico que ela vê no Projeto Desiderata é o envolvimento de todo o CEF 16 de Ceilândia. Ela ganha o prêmio 3 anos depois de ter iniciado o projeto. “Estou nesta escola desde 2018 e o projeto nasceu em 2019”, conta. Há 21 anos, Celiana é professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEE-DF). “Já fui de Escola Classe, lecionei no Ensino Médio e hoje sou professora de inglês de sete turmas do 8º Ano e sete do 9º Ano do CEF 16 de Ceilândia”, diz.

Ela explica que as 14 turmas participam do projeto. Também participam os(as) professores(as),  o que o transformou em um projeto interdisciplinar. “A equipe gestora dá todo o apoio para a gente fazer o Desiderata. O que a gente entende de transformação é dar fala ao estudante. Ele e ela têm o seu lugar de fala. Tem o seu momento de colocar para fora suas emoções, sobre o que está sentindo sobre o texto ou sobre a música que ele ouviu. A gente faz rodas de conversas para que eles e elas tenham seu momento de fala”.

A professora conta que também quando o projeto promove momentos de produção de poesias, é também outro momento em que assegura o lugar de fala dos(as) estudantes. “Já ouvi discursos de estudantes em que diziam que estavam entrando em momento de depressão e que quando começaram a escrever, perceberam que era bom escrever, colocar para fora essas emoções que sentem, assim como viram as autoras fazendo isso pelos livros, textos e poesias que a gente oferece, sentiram-se melhores”, conta.

“É desviar da cabeça deles esse pensamento negativo, essa depressão. Uma estudante já relatou que ela escreve poesia porque assim ela evita se mutilar. Isso foi muito emocionante. Nossos e nossas estudantes, emocionalmente, não estão preparados(as). Tem todo um conhecimento grandioso aí na Internet, mas, muitas vezes, nossos(as) estudantes não sabem o que fazer com isso”, observa.