Professor recebe menção honrosa em trabalho sobre fluxo de estudantes entre periferia metropolitana e DF

 

Pesquisa do professor Johnathan dos Santos de Souza apresentada no VII Prêmio Codeplan de Trabalhos Técnico-Científicos recebeu menção honrosa. O trabalho intitulado “Mobilidade Pendular dos Estudantes da Educação Básica na Área Metropolitana de Brasília: Análise dos Sentidos de Fluxos entre a Periferia Metropolitana e o Distrito Federal – 2019” foi realizado em parceria com Luan do Carmo da Silva, professor do Instituto Federal de Brasília (IFB), e concorreu com pesquisas de todo Brasil.

Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Goiás, o professor que hoje atua no Centro de Ensino Médio 01 do Gama conta que a escolha do tema do trabalho científico veio da observação realizada diariamente no trajeto que faz de casa para o trabalho. “Pegava dois ônibus todos os dias. E no caminho percebi que havia muitos estudantes que vinham do entorno. Foi quando refleti que esse era um fenômeno que estava relacionado ao processo de metropolização (processo de formação de metrópoles), que era um tema que eu já vinha estudando. E eu, como professor, tinha o dever procurar entender por que os alunos que moram em municípios da periferia metropolitana escolhem estudar no DF”, conta.

O estudo levou em consideração tanto o fluxo de alunos que saem da periferia metropolitana e vêm para o DF estudar, como aqueles que moram no DF e vão estudar na periferia metropolitana.

Segundo Johnathan, são mais de 15 mil alunos que moram nos municípios da periferia metropolitana e estudam no DF. Desse quantitativo, mais de 12 mil estudam em escolas públicas do DF, e uma minoria estuda nos institutos federais. De acordo com a pesquisa, o fluxo reverso é pequeno: pouco mais de 2 mil alunos saem do DF para estudar na periferia metropolitana.

Enquanto o motivo de alunos que saem do DF para estudar em escolas da periferia metropolitana é, quase sempre, a procura por escolas particulares com preços mais acessíveis, crianças e adolescentes da periferia metropolitana têm entre os principais motivos de buscar as escolas do DF a procura por um ensino público de mais qualidade, a proximidade do trabalho dos pais e, sobretudo, a precariedade de políticas públicas relacionadas à educação nos municípios de origem.

O estudo realizado pelos professores Johnathan Souza e Luan da Silva ainda identificou que as regiões que mais recebem alunos do entorno são Gama, Plano Piloto, Santa Maria, Brazlândia e Ceilândia. Já os municípios que mais enviam estudantes para o DF são Novo Gama Valparaíso, Águas Lindas, Luziânia e Cidade Ocidental e Formosa.

As escolas que mais recebem alunos da periferia metropolitana são CED Gesner Teixeira, em Santa Maria; o CEF Vendinha, em Brazlândia, CED 07 do Gama; CEM 02 do Gama. “Observamos que, muitas vezes, a escolha da escola se dá pela proximidade da rodoviária”, explica o professor Johnathan Souza.

Ele ainda desmistifica o falso alarde de “gasto do GDF com estudantes que não são daqui”. “No trabalho, constatamos que os alunos da periferia metropolitana que vêm para o DF ‘puxam’ recurso do Fundeb. Além disso, ao vir pra cá, estão contribuindo para a economia, pois eles consomem, seja numa lanchonete, numa papelaria”, explica.

O trabalho “Mobilidade Pendular dos Estudantes da Educação Básica na Área Metropolitana de Brasília: Análise dos Sentidos de Fluxos entre a Periferia Metropolitana e o Distrito Federal – 2019” será publicado em breve pela Codeplan.