Professor realiza passeio ambiental para despertar senso crítico nos estudantes

Trocar o som do tráfego, de construções e pessoas pelo canto dos pássaros, o barulho do vento na copa das árvores, o correr das águas dos rios e cachoeiras. Mais de 100 estudantes do 9º ano do CEF 14 de Taguatinga experimentaram a prática com o projeto Sementes do Amanhã, coordenado pelo professor Roberto Luiz Barcelos, na Floresta Nacional de Brasília. O resultado traz a soma de ganhos tanto pedagógicos como socioambientais.

Professor Roberto conta que o silêncio e a observação são os principais materiais utilizados na trilha de 6 quilômetros. “No trajeto, é importante ouvir todos os sons, ter contato com a natureza, conhecer sonoridades antes desconhecidas, já que muitos estudantes ficam restritos à cidade. Tem estudante que nunca foi a uma chácara sequer. Então, durante a caminhada, o momento é de vivência e absorção do que a natureza oferece para a gente.”

A caminhada proporciona que os(as) estudantes vejam na prática o que é abordado em livros didáticos. “A gente vive o Cerrado, o meio ambiente. E isso desperta consciência ambiental. Com isso, formamos cidadãos críticos”, diz professor Roberto.

No final da trajeto, os(as) trilheiros(as) estendem colchonetes no chão e participam de um trabalho terapêutico chamado Banho Sonoro, forma de meditação guiada por instrumentos como flautas de bambu, tambores, cristais e xilofones, que reproduzem sons da natureza. “A terapia do Banho Sonoro provoca estado profundo de relaxamento e, liberando o estresse, traz benefícios como a tranquilidade das emoções, o despertar da criatividade, a melhora da comunicação, a superação dos sintomas de ansiedade e até o fortalecimento do sistema imunológico”, conta professor Roberto.

Professor Roberto Luiz Barcelos, CEF 14 de Taguatinga

Há 13 anos na Secretaria de Educação do DF em regime de contratação temporária, o docente lembra que a Floresta Nacional de Brasília, localizada em Taguatinga, é pouco conhecida, embora a riqueza do espaço. “A Flona é um espaço único e dentro do DF. Todo mundo pode usufruir desse local”, alerta professor Roberto, que espera que outras escolas tenham iniciativas semelhantes.

Essa foi a segunda edição do Sementes do Amanhã, realizada nesse mês de março. Como o resultado é positivo, a expectativa é de que uma nova saída com outros cem estudantes seja feita entre maio e junho.