Professor licenciado do GDF estreia em teatros da América Latina
A peça Übercapitalismo sai dos palcos de Brasília rumo à América Latina. O espetáculo começa a turnê internacional na próxima semana, com apresentações agendadas em Buenos Aires e La Plata, na Argentina, além da Cidade do México, no México. A ideia é fazer pensar bastante sobre os efeitos do capitalismo contemporâneo.
A obra é a estreia do professor licenciado da rede distrital Rodolfo Godoi como dramaturgo e diretor. Rodolfo mergulha nas complexidades e contradições do sistema econômico atual, e explora suas consequências sociais e políticas. Com uma abordagem teatral envolvente e uma narrativa provocadora, a peça estimula uma reflexão crítica sobre as desigualdades e questões éticas relacionadas ao mundo do trabalho.
No elenco, Abaetê Queiroz interpreta um Coach Financeiro, e Lupe Leal dá vida ao Entregador de Aplicativo, retratando as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores dessa área e abordando questões como as novas formas de precarização do trabalho.
Übercapitalismo estreou no Festival Cena Contemporânea em 2022 e foi encenada em diversas escolas da rede distrital. As apresentações em Buenos Aires ocorrerão no Teatro El Sábato, na cidade de La Plata na Casa Unclan, e na Cidade do México, as sessões acontecerão no Teatro El Milagro. O projeto tem como objetivo ampliar o alcance de sua mensagem e gerar debates significativos sobre as estruturas econômicas e sociais que moldam nossas vidas.
Essa oportunidade de compartilhar Übercapitalismo com plateias internacionais é resultado do apoio recebido do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC), que reconhece a importância de projetos artísticos como esse na promoção do diálogo e da reflexão sobre questões sociais.
“O coach representa a ideologia meritocrática, essa falsa ideia de que basta as pessoas se esforçarem para conseguir o que quiserem, pois o mundo é uma grande competição. O entregador, num primeiro momento, entra no “jogo da meritocracia”, tenta lidar com as regras do aplicativo, mas em seguida os dois personagens entram em conflito”, conta Rodolfo, que é diretor e roteirista da peça.
“Eu escrevi Übercapitalismo” em 2020. Para mim é uma questão muito atual, atravessada pelos mesmos problemas de sempre. Ideologias que só aumentam a exploração do trabalhador, disfarçada de liberdade”, completa.