Professor lança pesquisa para impulsionar jogos eletrônicos nas escolas públicas

David Leonardo Teixeira é apaixonado por jogos eletrônicos. Há pelo menos meia década desenvolvendo projetos da modalidade para estudantes das escolas públicas do DF, o professor de Educação Física lançou pesquisa que tem como objetivo ampliar a possibilidade da participação de crianças e adolescentes no universo dos gamers.

A pesquisa elaborada por David Teixeira, coordenador da pauta de games e esportes eletrônicos na Secretaria de Educação do DF, tem como público alvo estudantes do ensino fundamental (anos finais) e do ensino médio. A pesquisa é realizada de forma on-line e pode ser acessada pelo link https://bit.ly/3Bl3x2O. A expectativa é de que o resultado final seja apresentado no fim de agosto.

“Queremos identificar os interesses dos estudantes não só para criar projetos voltados aos seus desejos, mas também para incentivá-los a se desenvolver nesse campo. Além disso, a pesquisa também pretende trazer mais embasamento para dar andamento aos jogos eletrônicos nas escolas, para a realização dos Jogos Escolares Eletrônicos e de outros projetos da Secretaria de Educação voltados para essa temática”, afirma o professor David Leonardo Teixeira.

Ele lembra que os jogos eletrônicos estão inseridos no Currículo em Movimento, documento que, alinhado às Leis educacionais, orienta a direção curricular para as modalidades de ensino. “O intuito das atividades dos jogos e esportes eletrônicos não só visam à melhora do rendimento da coordenação motora fina, da coordenação visiomotora, que são uma valência física, mas também prima por resguardar as articulações dos estudantes, trazendo treinos, alertando sobre o perigo do esforço repetitivo proveniente dos movimentos de punho e ombro, ou então de uma má postura e do mau posicionamento dos esportes eletrônicos com celulares. Além disso, o intuito é de também possibilitar que esses estudantes tenham chance de se desenvolver não só como humano, a partir de valores do esporte, como o ‘fair play’ e a coletividade, mas também do pensamento lógico matemático, estratégico, sem falar na possibilidade da inserção dessa juventude no mercado profissional dos jogos e esportes eletrônicos”, justifica.

Formação
Embora a importância dos jogos eletrônicos esteja comprovada e a procura dos estudantes de escolas públicas pela modalidade seja grande, há carência de formação na área. Para solucionar essa barreira, o professor David Teixeira conta que está construindo, em parceria com a Eape, curso de formação para que professoras/es possam trabalhar com o conteúdo em sala de aula. “Enquanto não dispomos de amplo material para fazer esse trabalho, podemos explorar outras questões, como o cyberbullying, a segurança da informação, o anonimato”, explica.

Acesso
Outra barreira para a ampliação dos jogos eletrônicos nas escolas públicas é carência do acesso à internet e aos dispositivos necessários para executar os jogos. Para mitigar o problema, o professor David Teixeira explica que vem adotando práticas como a seleção de jogos mais populares no mundo e no Brasil, modalidades esportivas gratuitas e esportes eletrônicos de celulares.

“Pretendemos buscar recursos e também políticas públicas necessárias para democratizar os esportes eletrônicos, com a garantia de equipamentos de qualidade”, conta o coordenador pauta de games e esportes eletrônicos na Secretaria de Educação do DF. De acordo com ele, a partir do projeto Escola Vocacionada, pretende-se criar uma sala de esportes eletrônicos no Centro Integrado de Educação Física para atender estudantes das escolas públicas. “Essa seria a primeira Escola Vocacionada. Há previsão para que sejam construídas mais duas em outras regiões administrativas”, afirma.

Paralelamente à luta pela garantia de uma estrutura de qualidade para o desenvolvimento dos jogos eletrônicos nas escolas públicas, David Teixeira dá andamento ao calendário que já prevê campeonato de Wild Rift (jogo eletrônico que mistura elementos de ação, estratégia e RPG) pelo celular no próximo bimestre e, no final do ano, campeonato de Free Fire (jogo eletrônico mobile de ação-aventura). “Jogos eletrônicos não servem apenas como uma válvula de escape. Eles são uma ferramenta lúdica de interação entre estudantes, o que é essencial neste momento de pandemia”, defende o professor.