Professor do CEI 01 do Riacho Fundo utiliza literatura infantil como elo para uma educação antirracista

A literatura infantil cumpre vários papéis na vida de uma criança, colaborando, dentre outras coisas, com o processo de alfabetização, auxiliando no momento de abordar assuntos complexos e de entender as emoções. Vendo a necessidade de utilizar a literatura para estabelecer um elo visceral com a negritude, associado à educação antirracista, o professor da educação especial do Centro de Educação Infantil 01 do Riacho Fundo 1, Helder da Silva, deu início a um projeto de inclusão dentro da unidade escolar.

A partir de uma educação sem qualquer tipo de preconceito, o educador passou a mostrar que as crianças negras poderiam se reconhecer não somente como personagens, mas como protagonistas de sua história e de suas características fenotípicas, assim como de incentivar o convívio de estudantes de todos os segmentos. O projeto Menina bonita do laço de fita funciona do encontro de alunos(as) neurotípicos com crianças com Transtorno de Espectro Autista (TEA), trabalhando com inclusão em sua totalidade, respeitando as singularidades e agregando todas as peculiaridades existentes.

Durante o ano o professor promoveu a convivência reversa, trazendo crianças de outras turmas para conviver com alunos(as) autistas. “Como professor de classe especial, convidei crianças de todas as salas para uma contação de história, momento que lemos o livro Menina Bonita do laço de fita. A intenção era que elas pudessem experienciar um momento com crianças especiais e ao mesmo tempo compartilhar as diferenças. Esse projeto foi algo isolado, que podia dar continuidade de forma mais frequente, e em todas as escolas que tem classes especiais”.

Se uma criança negra se sente bem com o seu corpo, seu rosto e seus cabelos, e uma criança branca também se sente bem consigo mesma, pode haver respeito e aceitação entre elas. “É importante que cada criança se reconheça bonita e pertencentes a um mundo que é diverso, e cada criança tem sua singularidade. Quer seja ela negra, branca ou especial, é importante termos uma educação que seja antirracista-inclusiva”, finaliza o educador.