Em reunião virtual com o Sinpro, gestores(as) avaliam primeira semana do ano letivo

Na manhã desta sexta-feira, 18, gestores e gestoras das escolas da rede pública do Distrito Federal encontraram-se em reunião virtual a convite do Sinpro-DF. Em pauta, uma avaliação do início do ano letivo de 2022.

A diretora do Sinpro Rosilene Corrêa abriu a reunião expondo os itens da pauta da assembleia geral da próxima terça-feira, 22, e ressaltando a importância da participação de toda a categoria na assembleia e na paralisação. “Diante de um cenário de tantos ataques à educação, a nossa mobilização fará muita diferença para pautar nossas demandas e reivindicações”, considerou ela.

Os problemas identificados pelos(as) gestores(as) têm profunda relação com a realidade, já diagnosticada pelo sindicato, de falta de investimento na Educação e de falta de diálogo da parte do GDF. O repasse insuficiente de recursos do PDAF foi apontado como questão central, pois aprofunda deficiências na estrutura e falta de materiais nas escolas – o que, muitas vezes, leva gestores(as) a tirarem dinheiro do próprio bolso para sanar.

A comissão de negociação do Sinpro informou que, ao ser questionada, a SEDF afirmou que não houve redução nos recursos, mas sim, que a diferença será compensada no próximo repasse do PDAF. Entretanto, o início do ano tem inúmeros diferenciais e apresenta demandas maiores, e os recursos limitados, nessa situação, deixaram as escolas do DF em situação delicada. 

A reunião também tratou das dificuldades para lidar com o atual momento da pandemia. Algumas escolas tiveram muitos casos de covid-19 neste primeiro momento, e outras reportaram dificuldades para manter os protocolos de segurança sanitária, uma vez que a circulação de pessoas nas escolas tem sido intensa. Aqui também os poucos recursos disponíveis interferem, pois há restrição orçamentária para aquisição de máscaras, por exemplo, para oferecer a pais ou a estudantes que, eventualmente, perdem ou inviabilizam as suas.

Falta de pessoal

Gestores e gestoras também foram unânimes ao expressar preocupação com a superlotação das turmas. Esse já seria um problema sério em tempos regulares, porém, vivenciando a pandemia da covid-19, a gravidade da questão se amplia consideravelmente.

O número vultoso de profissionais em regime de contrato temporário, bem como a carência de professores(as) e orientadores(as) educacionais, são dificuldades marcantes deste início de ano letivo. O número reduzido de educadores sociais voluntários foi apontado de forma enfática, o que tem afetado de forma muito dura, sobretudo, o atendimento aos estudantes da educação inclusiva. O Sinpro destaca a importância da realização de concurso e da nomeação de monitores e monitoras, para atender a uma demanda bastante sensível das escolas e das comunidades e combater a precarização numa área de trabalho tão importante.

Os relatos evidenciam que a escassez de recursos humanos é um fator determinante do sucateamento que o Sinpro vem denunciando. Por isso, a campanha por concurso público urgente e pela nomeação imediata dos(as) que aguardam no banco deve ganhar ainda mais força no próximo período.

A avaliação trazida pelos gestores e gestoras à reunião corroboram com o alerta que o Sinpro vem fazendo: há um desmonte em curso, aprofundado pela ausência de diálogo. Portanto, é fundamental que a categoria esteja unida e mobilizada, que realizemos uma assembleia representativa e produtiva para avançarmos na defesa da educação pública, mais necessária do que nunca.

MATÉRIA EM LIBRAS