Presidente da CNTE defende que Ribeiro saia preso do MEC

Suspeito de tráfico de influência e corrupção passiva, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu demissão do cargo nesta segunda-feira (28/03). Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, Ribeiro deveria sair preso do Ministério da Educação (MEC).

“Ele (Milton Ribeiro) não deve somente deixar o cargo. Milton Ribeiro deve sair do MEC preso, já que ele é um criminoso”, disse o presidente da CNTE.

Segundo Heleno Araújo, o ministro da Educação cometeu crime contra o povo brasileiro e contra a Constituição ao utilizar o espaço público para realizar governo paralelo.

Embora fosse gestor de uma das pastas mais importantes para o Brasil, Ribeiro não fez nenhum movimento em defesa da educação pública. Ao contrário, o ministro da Educação tem a passagem pela pasta marcada por pronunciamentos polêmicos – como o que avaliou que pessoas com deficiência atrapalhavam em sala de aula – e posicionamentos contrários ao direito constitucional à educação.

No mesmo dia em que pediu demissão, Milton Ribeiro também confessou que autorizou a produção de bíblias com sua imagem e a distribuição em evento de cunho religioso. Flagrado, o ministro disse que não autorizou a distribuição do material em outros eventos que não tivessem sua aprovação. Segundo O Estado de S. Paulo, as bíblias com a foto de Ribeiro teriam sido distribuídas a convidados de evento do MEC no Pará.

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No Twitter, o repórter Renato Souza lembrou que “ao deixar o cargo, o ministro Milton Ribeiro deixa de ter foro privilegiado. As investigações contra ele devem sair da PGR e do STF e serem enviadas à Primeira Instância”. No último dia 24 de março, a ministra do Supremo Tribunal Federal Carmem Lúcia havia autorizado abertura de inquérito para investigar o favorecimento de prefeituras ligadas aos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). No esquema, as lideranças evangélicas aliadas ao presidente da República tinham prioridade na liberação de verba vinda do Fundo de Desenvolvimento Nacional da Educação (FNDE).

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