Prêmio Educar, para projetos de educação antirracista, está com inscrições abertas

Estão abertas até o dia 31 de março as inscrições para a 9ª edição do Prêmio Educar. A premiação celebra práticas que combatem o racismo e promovem a diversidade étnico-racial.

O prêmio foi criado em 2002 pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), e tem como objetivo identificar, difundir, reconhecer e apoiar práticas pedagógicas e de gestão escolar vinculadas à temática étnico-racial, de combate ao racismo e de valorização da diversidade étnico-racial.

As outras edições do prêmio contaram com pouquíssimas participações de projetos da região Centro-Oeste, e a organização do evento convida educadores e educadoras de Brasília a inscreverem seus trabalhos antirracistas para concorrer na premiação.

O site com o formulário de inscrição, o edital e todas as informações do prêmio estão no link abaixo.

Inscreva-se

 

Categorias e premiações

Podem se inscrever para a premiação docentes e gestores(as) de escolas públicas ou particulares de qualquer categoria e modalidade do ensino básico, incluindo Educação de Jovens e Adultos (EJA), Educação Quilombola, Indígena, Profissional e Tecnológica, Especial e a Distância.

O Prêmio Educar está dividido em duas categorias: Práticas Docentes e Escola. A categoria prática docente, destinada a professores e professoras, se divide em práticas pedagógicas realizadas entre 2021 e 2023 e práticas pedagógicas projetadas; a categoria Escola tem apenas uma modalidade: Gestão com Equidade Antirracista.

Cada categoria contará com 16 finalistas, dos quais 8 serão premiados, sendo 2 de Educação Infantil, 2 de Ensino Fundamental Iniciais, 2 Ensino Fundamental Finais e 2 Ensino Médio.

Na categoria Práticas Docentes cada um dos os 8 projetos premiados receberá R$ 7.000,00, mais 1 Kit de livros na temática da equidade racial e de gênero na educação básica e a participação em curso virtual de formação continuada na temática da equidade racial e de gênero na educação básica. Na categoria Escola, cada uma das oito práticas finalistas receberá R$ 10.000,00, mais o kit de livros e o curso de formação virtual. A premiação ocorre no segundo semestre.

Os(as) professores(as) premiados(as) passam a fazer parte de uma rede de educadores. Os 32 trabalhos selecionados (16 de cada categoria) podem ser publicados em um Livro/Catálogo (virtual), os quais serão descritos e indicados como exemplos de práticas educacionais bem-sucedidas.

Escola do DF premiada em 2022

Um dos projetos premiados na categoria Escola, na última edição do Prêmio Educar, ocorrida em 2022, foi o trabalho do Centro de Ensino Infantil 01 de São Sebastião “Festival de Valorização das Cultural Afro, Brasileira e Indígena”.

O Festival é realizado anualmente no “Centrinho”, e tornou-se referência pela profunda pesquisa e informação por parte do corpo docente da escola, e por tornar fácil às crianças da escola o acesso às culturas de povos de matriz africana e indígena no Brasil. A coordenadora da escola, Francineia Alves da Silva, conta que a “tecnologia ancestral” do projeto é que acaba por fazer a diferença: “é a tecnologia da roda de conversa, da contação de história, da música, do desenho, da pintura, e da arte que movimenta a população negra. As Leis 10.639/03 e 11.645/08 [que incluíram no currículo oficial das redes de ensino a História e Cultura Afrobrasileira e História e Cultura Indígena, respectivamente] vieram para a gente fazer esse resgate histórico”.

Francineia conta a emoção de receber o prêmio Educar: “às vezes, a gente não tem ideia da potência dos projetos que a gente desenvolve, e quando a gente se vê no meio de tantas escolas, a gente se dá conta da importância desse prêmio e do nosso trabalho. O legal do Prêmio Educar é perceber que a gente não está sozinha no nosso trabalho. É uma emoção indescritível!”

A coordenadora pedagógica do Centrinho também destaca a importância da educação antirracista: “As pessoas precisam entender que trabalhar a conscientização do racismo e as práticas antirracistas é trabalho para todo o ano letivo, e a escola é o lugar perfeito para executar esse trabalho”.

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